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segunda-feira, 15 de julho de 2019

Dener é o nome do moleque

14 de julho de 2019. Domingo. Sol entre nuvens. 
Juventus. Portuguesa. Rua Javari. Clássico. Travessura. 

Num domingo marcado pela rivalidade entre os times de colônia da capital paulista, o time da casa levou a melhor com um gol já nos acréscimos da segunda etapa. Ironicamente, gol com nome de um dos maiores ídolos da equipe oposta. Dener fez o tento único. Chorado e comemorado como merecia.

Alex Alves, treinador juventino, tinha desfalques importantes. Sacoman é um ponto de equilíbrio para Robson e fez falta na composição da zaga - obrigando o capitão a  jogar pela esquerda ~ para acomodar Bahia na direita ~ totalmente desconfortável, provocando erros incomuns a ele. Daí, entre outros, aconteceu o pênalti, numa bobeada conjunta com Rafael Ribas aos 3'. Para felicidades, Gerley bateu mal demais e o placar permaneceu 0x0. Além de Sacoman, Gabriel estava suspenso com o terceiro amarelo - e a falta do segundo volante ficou nítida com a precária saída de bola do meio-campo juventino. Alê não tem essa qualidade e obrigou Potiguar a buscar demais o jogo perto dos volantes. No lugar de Gabriel, o treinador apostou em Gil Paraíba, que claramente tinha dificuldades na armação do jogo. 

Resumindo, o Juventus tinha do meio pra frente um time sem posição definida no papel e que em campo se mostrou perdido: Alê, Douglas, Potiguar e Gil com Mandacaru e Ortigoza na frente. A movimentação necessária de Mandacuru e Gil não aconteceu conforme esperado e Ortigoza ficou isolado, brigando por chutões e torcendo pela famosa "uma bola". Limitado tecnicamente, porém, o cabeludo camisa 9 não passou de sombra para os defensores lusitanos.

A saída de Potiguar, lesionado, para entrada de Fernando, reforçou um time pesado no ataque, cada vez mais refém das bolas alçadas para briga em vez da troca de passes. Deste modo, aos trancos e barrancos, o time criou bastante perigo nos últimos 5' da primeira etapa e pelo menos esboçou um segundo tempo promissor.

Este começou movimentado porém inefetivo. A Portuguesa nitidamente queria ver o tempo passar e o Moleque Travesso se poupava para crescer após os trinta minutos, onde o gás sempre fala mais alto numa Javari ensolarada.

E nesta altura do jogo, Alex Alves entrou (bem) em cena. Colocou Roger e Dener, gerando não só amplitude no campo ofensivo bem como profundidade, provocando as subidas mais agressivas de Thiaguinho e Paulo Henrique. 

O time era mais agressivo, porém faltava o chamado "último passe" e a precisão das finalizações quando solicitadas.

Os minutos seguiram assim e, nada mais que ao acaso, surgiu o gol. Roger foi esperto percebendo a defesa lusitana cochilando, ao cobrar falta rapidamente e encontrar Dener se enfiando sozinho pelo lado esquerdo. O garoto afundou na área e, numa tentativa de cruzamento teve estrela ao contar com o desvio da zaga para dentro do gol. Bola rolou mansa, indefectível, abençoada.

Aos 46' para explodir 2.888 pagantes na Rua Javari.

Dener é nome do moleque.

Vitória grená, liderança do grupo e astral alto.

Pontos altos:

Alex Alves teve méritos gigantescos em consertar a equipe no momento certo. Escalou mal mas teve visão de corrigir e coragem de expor o time em prol da vitória. Assim como tem méritos especiais em conduzir um elenco limitado mas que se entrega como a torcida quer ver.

Rafael Ribas precisa de mais consistência, mas o fator sorte é fundamental. O lance do pênalti foi isso. Tem ainda momentos inseguros, defesas questionáveis, mas precisa de confiança e irá adquiri-la cada vez mais.

Alê joga de terno, muito fácil. Desarmes e proteções únicas. Se tivesse bom passe, o time subiria um degrau. Mas para o que se propõe a fazer, está excelente.

Dener é irregular. Extremamente irregular. Mas tem estrela e tem estrela em clássico. Mereceu as esfihas.

Pontos baixos:

Thiaguinho esteve tímido; é um jogador fundamental na montagem ofensiva e não funcionou muito com Douglas na partida. Certamente pela insegurança de subir sem Gabriel cobrir suas costas - outro fator que mostra uma escalação inicialmente equivocada de Alex com a opção por Gil no meio-campo.

Ortigoza é brigador mas representa um decréscimo alto em relação ao #9 do primeiro semestre: Adilson. O degrau com Gil ou Mandacuru é menor, porém a posição segue - e deverá seguir - sem dono incontestável durante o torneio.

Por fim... 

O time vibrou. Foi para o alambrado aplaudir o apoio irrestrito, não só viveu mas conviveu com sua torcida. Foi puxado por Alex e teve Rafael, Omena e Robson nas grades. Vibraram muito. O ar que pudemos respirar não foi pasteurizado de arena. Foi de superação perante si e superioridade perante seu rival. Um ótimo domingo de manhã.

Próximo compromisso: versus Nacional, 20/07 (sábado), fora de casa.
#ForzaJuve 

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