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domingo, 12 de novembro de 2023

In Pompey We Trust - A surpreendente excursão europeia

Depois de um retorno incrível à Premier League, o Portsmouth agora necessitava se fortalecer - mais difícil do que a escalada é se manter no topo, como diz o velho ditado.

Felizmente, a base do time estava pronta e não haveria necessidade de um rebuild. No entanto, a necessidade de reforçar os setores era latente, para buscar algo além da sétima colocação - e quiçá um título!

Entre ajustes, o primeiro movimento foi de perda: Paddy Lane, revelado lá na EFL Two conseguiu sair sem custos, rumo ao futebol belga. Ainda, caras como Vardy e Cresswell - líderes do grupo - aposentaram-se. Os reforços foram precisos - e muito úteis ao longo do ano. Para o gol, Bounou (goleiro semifinalista de Copa por Marrocos) chegou para trazer competição e experiência à Edwards. Para a defesa, Ben Johnson chegou e logo assumiu a titularidade da lateral-esquerda, trazendo potência à unidade defensiva. Para o meio-de-campo, Kante (free agent) e Smith-Rowe trouxeram experiência e juventude, respectivamente, ao grupo. E, para o ataque, Evan Ferguson - jovem talento irlandês, como um aprendiz de Bishop.

Com essas chegadas, o time-base do time para a temporada foi: Edwards/Bounou; Lewis, Carter-Vickers, Colwill e Johnson; Kante/Patino, Palmer, Ward-Prowse, Loftus-Cheek e ESR; Bishop. 

A segunda Premier League da equipe foi muito disputada. Após o sétimo lugar da última temporada, a meta do clube era chegar, no mínimo, na mesma colocação. O time começou brigando bem até pelo topo, mantendo-se entre os dois primeiros postos até o mês de dezembro; claro que o ritmo da temporada europeia, provocando um calendário maior, atrapalhou. Ao fim das trinta e oito rodadas, um celebrado quinto lugar, perdendo o Top Four por critérios de desempate. Foram 65 pontos ganhos, 70 gols feitos e 55 sofridos - melhora significativa de pontos, melhora no ataque e piora na defesa. 

Pelas Copas, que eram a grande expectativa de títulos da temporada, duas precoces eliminações em quarta fase, para Hull City e Tottenham, por FA e Carabao, respectivamente.

A última competição disputada, que era a mais despretenciosa, foi aquela que mudou a perspectiva do Pompey - A UEFA Europa League.

Dada a necessidade de priorizar a Premier League, foi utilizada a rotação reserva na fase de grupos. Sofrendo um pouco, o time se classificou com 8 pontos, em segundo lugar no grupo, graças a uma goleada de 6x0 sobre o Shamrock Rovers.

Uma vez avançando, na fase dezesseis-avos de final, o time saiu de uma derrota em casa - 1x2 contra o Leipzig - para uma vitória épica por 2x0 na Alemanha, avançando contra as principais odds (3x2 no agregado). Já pelas oitavas-de-final, no jogo de ida, o time vencia em casa por 3x1 até os 88', quando o Galatasaray buscou o empate e levou o jogo empatado para a Turquia; em um ambiente de extrema pressão, o Pompey correu atrás do placar (os turcos venciam até a parte final do segundo tempo), virou o jogo e, com um 3x2 nos acréscimos (marcado por Charlie Patino), próxima fase garantida, com um inesperado 6x5 no agregado. Nas quartas-de-final, o líder da PL: Arsenal. O jogo de ida, no Emirates, foi inesperado para os gunners: 0x3, ainda no primeiro tempo, para o time de Hampshire; na volta, um jogo administrado e uma derrota dentro dos planos - 4x2 no agregado. A zebra britânica chegou para as semifinais contra o maior time do planeta: Real Madrid. Em casa, um 0x0 tenso, numa partida de muita marcação e pouquíssimas oportunidades de gol para os dois lados; em Madrid, dentro do clássico Santiago Bernabeu, aquilo que contrariava as expectativas aconteceu: 0x2 para o Pompey, com dois gols de Cole Palmer. 2x0 no agregado e final garantida! E que final! Contra o Bayer Leverkusen, o time foi com sua força máxima para tentar garantir o título e, claro, a consequente vaga para a Champions League. Com menos de 10', Bishop abriu o placar. O empate alemão veio rápido, porém no lance seguinte, ESR colocou novamente os ingleses à frente do placar; após o 2x1, o time ganhou confiança e foi ampliando o placar, sempre nos pés de Bishop - o camisa 9 marcou impressionantes quatro gols na final e garantiu o caneco com um indiscutível 5x2. Título!

Depois de um ano de adaptação, o time se consolidou na elite nacional e surpreendeu na Europa, gerando uma vaga na sonhada UEFA Champions League para a temporada seguinte. 

Então, para o Portsmouth, a mensagem é de "fico" - acabaram as oscilações, o sobe e desce de divisões. O clube está estruturado e próximo para próximos passos, nacional e internacionalmente. Castro tem um livro em branco ainda em mãos, tem dinheiro e tem admiração dos atletas pela Europa - ingredientes interessantes para uma bela receita!

terça-feira, 27 de junho de 2023

In Pompey We Trust: A superb feeling!

Que temporada de volta à Premier League, meus amigos!

Não teve título, mas teve tanto orgulho de ser Portsmouth, um sentimento incrível! 

Com orçamento reduzido, vindo de seus três acessos consecutivos, o Pompey chegou na incrível sétima colocação do campeonato, atrás de todo o Big Six e à frente do poderoso Newcastle e de outros times tradicionais. O que era uma clara fuga contra o rebaixamento se consolidou numa jornada divertidíssima e prazerosa para o fã do time de Fratton Park.

Vamos à montagem do elenco: tudo começou limpando a deadwood que causara todo o mal-estar na campanha da Championship e trazendo novas lideranças ao grupo.

O principal reforço foi bombático: Castro convenceu o badalado James Ward-Prowse a deixar o rival Southampton e assumir a braçadeira de capitão do time da cidade vizinha. E os números do novo camisa 7 não deixaram a desejar: 15 G+A e participação em todos os jogos válidos da temporada.

Na free agency, chegaram Sessegnon (ex-Tottenham) e Loftus-Cheek (ex-Chelsea). E o dinheiro disponível foi gasto num corpo todo novo de zagueiros: Cameron-Vicker, Colwill e Trusty.

Apostando ainda em jovens promissores, Castro trouxe Cole Palmer - que deixara seu clube de origem, o Manchester City - e conseguiu fazer uma campanha impressionante: 24 G+A em 41 jogos, sendo premiado como assistente do ano na Premier League.

Além dele, Flo Balogun veio com muito respeito do Arsenal, mas por empréstimo, marcando 5 gols em 20 jogos - até uma lesão de LCA, contra o Spurs, tirá-lo da temporada.

Com um grupo renovado, o esquema também foi - e diferentemente do ano anterior, consolidou-se por toda a temporada. Um 4-1-4-1 com: Edwards; Lewis, Cameron-Vicker, Colwill e Sessegnon; Loftus-Cheek; Palmer, Ward-Prowse, Lane/Cantwell e Lucas Moura; Bishop.

Adiante-se que Colby Bishop jogou novamente todas as partidas do campeoanto nacional, chegando a 179 partidas consecutivas por este tipo de competição. E, obviamente, seguiu sendo destaque mesmo que reserva em parte da temporada: 18 gols e 7 assistências - seus números mais tímidos com a camisa azul, porém espetaculares se visto como um atleta oriundo da quarta divisão do país!

A Premier League começou bastante complicada, com o time demorando a se adaptar à velocidade do jogo. Todavia, a experiência dos reforços na competição foi fundamental para manter a calma e, aos poucos, o time se adaptou. E os resultados foram aparecendo, seja embalando vitórias seguidas, seja derrubando gigantes do Big Six. Logo antes do final do primeiro turno, o time já estava figurando no meio de tabela, entre 9ª e 12ª colocação.

No returno, especialmente após uma janela de manutenção do elenco, a postura já era consolidada. Se chegar ao título, UCL e UEL era impossível, a meta da 7ª colocação se mostrava extremamente factível - muito além da meta real, de fugir do rebaixamento.

E assim o time caminhou muito bem para tal posição, finalizando a Premier League com 58 pontos (17 vitórias e 14 derrotas), 56 gols feitos e 54 gols sofridos.

Foram 23 pontos distantes do campeão, 18 da UCL e 10 da UEL.  Foram 17 gols a menos que o melhor ataque - e 15 gols sofridos a mais, em relação a melhor defesa. Assim, números estão na mesa para evolução e dar o próximo passo - a meta base nunca será suficiente!

Pelas Copas, ainda sem sucesso. A eliminação foi precoce na FA (primeira rodada disputada), ao passo que a trajetória na Carabao foi divertida: três etapas avançadas, todas nos pênaltis! Fulham, Watford e Everton; a queda veio nas quartas-de-final, ante o Tottenham, no jogo da lesão de Balogun.

Uma temporada especial, sem dúvidas: a um passo dos maiores clubes do país, um resultado brutal de lucro, entorno de £202,70MM (+£309,51MM x - 106,82MM) e uma marca agora estabelecida em £356,27MM.

Curiosamente, foram os piores percentuais estatísticos da equipe em quatro temporadas, sejam em vitórias, derrotas, gols feitos ou sofridos. Entretanto, a classificação final mostra como o equilíbrio da maior liga do mundo não é lenda, e que vôos mais altos podem ser alcançados.

Em 2026/2027, além da tentativa de manutenção da colocação, o sucesso em copas locais se torna mais necessário. Tudo isso em meio a disputa de um torneio europeu, a UEL. Um que era um sonho, agora é real: o desafio é enorme, mas o Pompey está pronto pra isso!

In Pompey We Trust - Again!

segunda-feira, 26 de junho de 2023

In Pompey We Trust: Chaos!

Os acessos consecutivos na EFL colocaram o Pompey como um dos favoritos da Championship - mesmo chegando de divisões inferiores, o projeto sólido e a resiliência das disputas eram provas mais do que suficientes.

Com adversários fortes como Burnley, Brighton e Nottingham Forrest, a concorrência pela Premier League exigiria um elenco forte e experiente na divisão.

Em uma excelente visão da janela de free agents, Castro conseguiu convencer Jamie Vardy, Coquelin e Lindelof, por exemplo, a se juntarem ao clube. Junto com Mailand-Niles, eles formariam a espinha dorsal de um time já desenhado.

Priorizando os principais jogadores dos anos anteriores, Castro conseguiu formar um 4-2-3-1 interessante, explorando Bishop ainda na referência, usando Vardy como armador e a chegada do efetivado Charlie Patino na área.

O bom início mostrou que o acesso era possível - mas o título nem tanto - Brighton e Forest se mostraram bem superiores desde o início, e tranquilamente foram se isolando pelos dois acessos diretos.

Mesmo com o campeonato indo bem, novamente o time teve péssima performance nas Copas, ao contrário das metas estabelecidas: quedas precoces na Carabao (para o rival Southampton, 2x3) e na FA, diante do Charlton Athletic.
Oscilando entre terceira e sexta colocação até o inverno, chegara a janela de transferências. E um baque fortíssimo: o Brighton fez uma proposta para Dane Scarlett - que acabou vendido por pouco mais de £14,00MM. Com poucos dias de janela, as reposições vieram em volume, destacando Lucas Moura (sem clube), Cantwell e Akpom. E na mesma janela, muitos garotos com temporadas abaixo do esperado saíram para empréstimos curtos - como Jobe, Hutchinson e Cozier-Duberry.

E as notícias foram piorando...

O resumo é que o time, na segunda metade da temporada, tornou-se uma absoluta bagunça. Jogos perdidos de bobeira, Castro tentando diferentes esquemas em vão, jogadores se revezando com desempenho pífio - o vestiário borbulhava de tensão e o futuro de Castro à frente do Pompey era questionado por todos. 

O desempenho do time ainda caiu vertiginosamente no segundo terço da temporada, exigindo mudanças radicais - desde a mudança do sistema tático até afastamentos do time principal: os mais chocantes foram Maitland-Niles (co-capitão do elenco), Coquelin e Vardy; mas além deles, Lindelof, Luizão, Whatmough, Ramsey, Lowery, William e Mullins.

Distante demais do acesso direto e com dez jogadores treinando afastados, Castro chamou três jovens de volta de empréstimos: Delgado, Cameron e Jenkins.

E aos poucos o time foi criando uma identidade, de raça e dedicação, em meio ao caos. Inclusive, impondo a primeira e única derrota do campeão Brighton, por 1x0, na trigésima sétima rodada.

Do time que iniciou o campeonato, como titular, apenas quatro jogadores (destacados) encerraram a campanha, que teve seu 11 final: Edwards; Lewis, Walters, Delgado e Cresswell; Bajcetic, Lucas Moura, Lane, Cantwell e M'Hand (Cameron); Bishop.

O Portsmouth encerrou a fase regular na terceira colocação, arrancando com 5 vitórias nas 6 últimas partidas, utilizando o time base descrito acima. Foram 84 pontos (27V e 16D), com 78 gols marcados e 58 gols sofridos.

O acesso agora apenas viria via play-offs: 4 times, mata-mata, 1 clube sobe. Nas semifinais, contra o Cardiff, empate por 1x1 em Gales e vitória por 1x0 em casa, gol de Cantwell nos acréscimos (um dos jogadores chegados na janela de inverno...)

A grande final, contra o Blackburn, em Wembley, foi absolutamente fantástica: derrota por boa parte do jogo, empate com Cantwell e a virada com Cameron (um dos jogadores retornados de empréstimo...) no segundo tempo da prorrogação. 2x1 e rumo à Premier League! Um final de temporada de matar o torcedor em casa! 

As escolhas de Castro foram duras, polêmicas, quase levaram à ruptura do grupo - mas se provaram certas nos nomes que marcaram os gols decisivos. Um reforço e um menino para a história!

Pelo terceiro ano consecutivo, também se deve destacar Colby Bishop. O inglês novamente jogou todas as 46 partidas da temporada regular e novamente liderou o clube em gols (28 totais, sendo 25 na liga e vice-artilharia) e em assistências (14 totais, liderando a Championship no critério).

Não foi uma temporada dos sonhos, não foi uma campanha de se orgulhar ou impecável. Mas foi uma reconstrução de caráter e uma mostra de que a direção de Castro tem a confiança da diretoria e de toda a torcida. O treinador reconstruiu o grupo, que teve rebeldes, insubordinados e saídas indesejadas - com gente disposta, motivada e garotos com um caráter impecável.

O clube, em meio a tudo, subiu incrivelmente de patamar financeiro, devido ao resultado esportivo: lucro de £108,94MM (+£158,76MM x - 49,82MM) e projeção de valor geral para £138,93MM.

A Premier League é logo aí e muito trabalho precisa ser feito. Uma coisa apenas é fato: a história está sendo reescrita e o Pompey volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído!

In Pompey We Trust - Again!

quinta-feira, 8 de junho de 2023

In Pompey We Trust: Championship, here we go!

A chegada à EFL One foi cercada de boas expectativas. O histórico de Castro na competição, a coesão entre diretoria e comissão técnica e a nítida evolução do elenco dentro da EFL Two.

O grande receio, talvez, era iniciar novamente a temporada de modo claudicante. Neste patamar, a recuperação seria mais complicada e virtualmente inviável, postegando um ano no planejamento do clube.

Assim, o primeiro passo seria reforçar a defesa, uma das mais vazadas da temporada 2022/2003. E esse pilar, curiosamente, nem era um zagueiro de formação: como free agent, o Portsmouth trouxe Ainsley Maitland-Niles. Cria de Hale End e muito temperamental, o jovem não se firmou em anos de Premier League e buscou um recomeço sob a orientação de Castro - e funcionando muito bem na nova posição de campo.

Depois dele, o segundo reforço mais importante: Charlie Patino. Outra cria da base gunner, o menino queria minutos e seu time de formação não pode entregar. Assim, Castro apareceu como a melhor opção para seguir desenvolvendo-o, mesmo na terceira prateleira do futebol inglês.

Convertendo muitos empréstimos em contratos definitivos (e longos), o Pompey tinha agora força para buscar um projeto realmente de longo prazo. Omari, Cozier-Duberry, Scarlett, Hall e Chukwuemeka foram contratados por 5 anos. E, dos nomes do elenco, apenas Rico Lewis foi mantido por empréstimo - exigência do City - mas pelas próximas duas temporadas.

Em campo, com foco absoluto na Liga e na Papa John, o time caiu cedo nas duas principais copas inglesas, ainda na segunda fase.

Na Papa John, segundo torneio priorizado pelo clube, veio o título. A caminhada vinha sendo tranquila, com placares dilatados ou jogos mornos utilizando a rotação reserva. O bicho pegou é nas semifinais: contra o Fletwood, o time sofreu dois gols muito cedo e teve de remar até os acréscimos do segundo tempo para chegar ao 2x2 - nos pênaltis, o avanço à grande final (5x3). Em Wembley, a final foi igualmente sofrida, com o Morecambe lutando até o fim contra o favorito Pompey - entretanto, Lane marcou aos 115', dentro da prorrogação, e garantiu o troféu!

Agora, com foco absoluto nos 46 jogos da EFL, Castro rodou menos o elenco em busca do objetivo do acesso. O time-base era claro na mente da arquibancada: Edwards; Lewis, Raggett, Maitland-Niles e Hall; Bajcetic, Patino, Lane, Lowery e Scarlett; Bishop (4-2-3-1).

Alguns jogadores não conseguiram, importante frizar, manter o nível de jogo visto na EFL 2. Caras como Thompson e Robertson, então titulares absolutos no ano anterior, tornaram-se rotações raras de jogo.

No campeonato em si, o time se manteve praticamente o tempo todo em zona de acesso direto, entre primeiro e segundo lugar - o Cardiff foi o adversário mais próximo.

Adversário que, com méritos, foi o campeão da divisão, entregando o segundo lugar ao Portsmouth!

O time galês fez 98 pontos contra 93 do time de Fratton Park. Aliás, a derrocada do Pompey foi justamente na reta final, conquistando apenas 4 pontos em 21 possíveis.

Mesmo com o melhor ataque da divisão (83 gols feitos), o time não obteve o melhor saldo - fruto da defesa muito vazada (54 gols sofridos). E esses gols sofridos que custaram o título.

Individualmente, Bishop seguiu sendo o grande destaque do clube - jogando mais uma vez todas as partidas da temporada, foi coroado principal artilheiro e assistente da liga: 26 gols e 12 passes para gol.

A grande revelação fica por conta de Paddy Lane, que havia surgido como reserva na temporada anterior. Agora, estabilizado no time titular, o norte-irlândes jogou para impressionantes 23 G+A e já figura na seleção de seu país.

Como clube, lucro de £9,15MM (+£24,23MM x - 15,07MM) e projeção de valor para £27,18MM.

Mesmo sem o título da EFL One, o Portsmouth agora jogará a Champioship. E a missão de Castro, para conseguir o terceiro acesso consecutivo, é acertar o balanço da equipe. O ataque evoluiu em dois anos, porém a defesa regrediu - mesmo com um maior volume de partidas sólidas, o time sofreu goleadas avassaladoras. 

Em números gerais, o time venceu mais nesta temporada - porém também perdeu mais partidas.

O acesso veio, mas com farol amarelo, exigindo extrema atenção para os passos na segunda divisão inglesa. O novo campeonato é disputadíssimo, com times há anos na seca da Premier League e outras equipes muito fortes recém-rebaixadas (como Brighton e Nottingham Forrest).

In Pompey We Trust - Again!

domingo, 4 de junho de 2023

In Pompey We Trust: Again!

Não seria a primeira passagem de Castro pelo Portsmouth. Há pouco menos de uma década, o treinador tentou resgatar o time das divisões inferiores da Inglaterra - obteve certo sucesso, mas saiu antes do plano ser concluído, ainda no caminho para a Championship. 

As ligações com o time do sul do país, de cidade portuária, ainda eram fortíssimas. E o histórico de acesso com o Notts County, há alguns anos, indicava que o velho conhecido seria a melhor peça para resgatar o time da quarta prateleira do futebol local, a English Football League Two.

Um pouco da primeira passagem você consegue ver aqui: In Pompey We Trust!

Em semelhança à primeira passagem - e de modo óbvio - não havia orçamento para grandes reforços. Com uma base experiente, a tese foi apostar em jovens promessas do futebol inglês, que ainda não tinham experiências nas divisões de elite. 

Castro, assim, buscou algumas parcerias em Londres e foi muito bem-sucedido. Nos times de desenvolvimento de Arsenal e Chelsea, principalmente, conseguiu encontrar o volume e a juventude necessários ao promissor primeiro ano no Pompey. De Hale End vieram: Azeez, Cirjan, Salah e Cozier-Duberry; do Chelsea, Hall, Omari Hutchinson e Chukwuemeka; e além deles, Scarlett (Tottenham), Bajcetic (Liverpool) e Rico Lewis - talvez o grande nome - do Manchester City.

A única contratação definitiva, a princípio: Jobe Bellingham, irmão do craque da seleção inglesa, numa cartada de mestre junto ao Birmingham. Em seu contrato, cláusula de divisão de lucros em venda futura e obrigatoriedade de venda para Premier League (Big Six) ou Borussia Dortmund.

A temporada não começou de modo animador. Sem vitórias na pré-temporada (três jogos), iniciando a liga com 1 ponto em 12 disputados e eliminado da Carabao na primeira fase, com 0x5 diante do Middlesbrough.

As críticas sobretudo ao goleiro Macey eram gigantes - e aí se iniciou a reformulação do time. Castro promoveu o galês Edwards, de apenas 16 anos. E nas suas cinco primeiras partidas, cinco vitórias na liga - sendo quatro com clean sheets.

Na primeira parte da competição, o time foi ascendendo, com um time experiente: Macey/Edwards; Lewis, Raggett, Robertson e Hume; Pack, Thompson e Lowery; Jacobs, Curtis e Bishop.

Entretanto, a dependência de Bishop desde o início se fez intensa. E isso mesmo sem as bolas chegando com qualidade. Ali, Castro percebeu que os meninos estavam pedindo passagem: vendeu Jacobs e Curtis, dispensou Macey, ascendeu Omari e Scarlett para titularidade e o time encaixou.

Claro que a oscilação seguia. 4 derrotas em fevereiro (5 jogos), 4 vitórias em março (5 jogos). Eliminações precoces em FA Cup e Papa John Cup, ambas na segunda fase das copas.

E no momento mais crucial da temporada: 12 jogos invictos, entre 35ª e 46ª rodadas e o título sofrido da EFL Two.

88 pontos | 46 jogos, 27 vitórias, 7 empates e 12 derrotas. 78 gols feitos e 50 gols sofridos.

A entrada constante de Chukwuemeka deu mais força ao meio-campo. Lewis Hall entrou na lateral-esquerda e deu tração à saída de bola. E a estrela de Paddy Lane, jovem norte-irlandês que era fundo de elenco e se tornou talismã do clube, com 10 G+A na reta final do campeonato, mudando jogos que pareciam inviáveis.

Colby Bishop, camisa 9 clássico, seguiu marcando jogo sim - jogo não, e finalizou a competição com 24 gols em 46 jogos - sagrando-se artilheiro do torneio. A semelhança no estilo com Jamie Vardy, inclusive, o deu a alcunha de "Vardy from Hampshire"

Seu principal garçom foi Lowery, que finalizou o ano com 14 assistências na liga.

Assim, apesar do insucesso nas copas, a missão principal foi cumprida. O acesso veio com muito trabalho e fé no projeto a longo prazo. Em termos de clube, lucro operacional de £1,35MM (+£14,39MM x -13,04MM) e valor do clube saltando de £15,22MM para £15,70. 

Diferentemente da passagem anterior, o intuito agora é chegar à Premier League, é ficar no comando. O próximo passo seria converter as opções de compra em definitivas, selando contratos de longo prazo com as jovens estrelas - Cozier-Duberry, Scarlett, Hall e tantos outros. 

A EFL One tem um jogo levemente menos físico e com mais velocidade, e assim as adaptações a serem feitas no elenco são relevantes. Na passagem pelo Bolton, a penúltima na Inglaterra, Castro apostou em veteranos para a segunda temporada, causando problemas no elenco e dificuldades de jogo. Pelo Notts County, a EFL One foi vencida invicta, mas também com injeção financeira fora do comum e reforços desproporcionais para a realidade dos demais adversários.

A realidade do Pompey é diferente, a saúde financeira é central e permanecerá assim. E mesmo com todas as limitações, a confiança é que o novo acesso virá!

In Pompey We Trust - Again!

domingo, 21 de maio de 2023

Olympique de Marseille: A glória recuperada 30 anos depois

Na temporada de 1992/1993, o Olympique de Marseille foi à final da UEFA Champions League, diante do poderoso Milan. Contra um time que tinha Baresi, Maldini, Rijkard e Van Basten, o Marseille foi bravo e venceu o grande jogo por 1x0, gol do zagueiro Basile Boli. 

A taça, erguida pelo histórico Didier Deschamps, coroava uma temporada única, na qual os franceses também venceriam o seu campeonato nacional.

Entretanto, devidos a suposta manipulação de resultados na liga francesa, a temporada heróica acabou se tornando uma mancha na trajetória dos Les Olympiens. O título francês foi cassado, bem como decretado o rebaixamento da equipe. Por outro lado, o título continental foi mantido, e até hoje é o grande símbolo do clube, praticamente 30 anos depois.

A chegada de Castro ao Velodrome era, agora, cercada de expectativas. Com larga experiência, a missão em uma temporada era vencer a Ligue One e trazer para Marseille a taça da Europa League.

E a ansiedade pela coincidência faz o texto começar do futuro: o título continental veio, e veio exatamente 30 anos depois e exatamente contra o mesmo adversário.

3x0 contra o Milan, em 26/05/2023, agora com hat-trick de Olivier Giroud.

O OM chegou à fase de mata-mata como melhor equipe: 16 pontos conquistados, jogando com seu time alternativo. Pelas oitavas, o passeio se seguiu, com um 5x0 agregado contra a Lazio. Nas quartas-de-final e semifinais, 3x2 agregado diante de Atalanta e RB Leipzig, respectivamente. 

A final, de placar já citado, foi amplamente dominada pelo time francês - acabando competitivamente ainda na primeira etapa. Giroud estava inspirado e, assistido sobretudo por Payet, marcou seus gols de número 18, 19 e 20 na temporada, no dia mais importante em trinta anos para o clube.

Se, pela Copa da França, o time caiu ainda nas quartas, diante de um azarão Lille, o campeonato nacional foi vencido com domínio extremo. Com 30 vitórias e apenas 3 derrotas, em 38 jogos, o time somou 95 pontos - 11 à frente do poderoso PSG.

Foram 93 gols marcados, melhor marca da competição. Sem fazer o artilheiro, o time teve o principal garçom da competição em Dimitri Payet, jogador entre os 10 com mais atuações com a camisa do clube.

Na defesa foram sofridos, apenas, 16 gols - marca impressionante e recorde europeu na temporada. Pau Lopez obteve, ao todo, 24 clean sheets, também recordista no continente. 

O número defensivo poderia, aliás, ser ainda melhor: com 11 vitórias nas 11 primeiras partidas, o time sofrera até essa data 3 gols. Se seguisse com a média, seriam apenas 10 ao final da competição.

Os dois títulos conquistados remontam a glória ao time da cidade mais antiga da França.

Sem heróis isolados, o grupo foi destaque. Assim, para finalizar, a lista daqueles que trouxeram os troféus - agora jamais retirados: Pau Lopez, David Raya, Ngapandouetnbu e Ruben Blanco; Bellerin e Pembele; Mbemba, Gigot, Schar, Bella-Kotchap, Caleta-Car e Kamardin; Nuno Tavares, Balde e Hincapie; Payet (capitão e mais assistências, com 17), Gerson, Andreas Pereira, Guendouzi, Gueye, Veretout, Xavi Simons, Strootman e Bertelli; Giroud (mais gols, com 20), Clauss, Trossard (mais jogos, com 47), Alexis Sanchez, Mbeumo, Madueke, Maupay, Milik, Sara e Kolo Muani.

domingo, 19 de março de 2023

Uma viagem em Anfield

Na primeira aventura do FIFA 23, Castro foi convocado a reestruturar o Liverpool após a saída surpreendente de Jurgen Klopp. O alemão, que montou um dos melhores times deste século, não resistiu ao enigma: a sétima temporada de Klopp, em seus dois empregos anteriores, já provara ser a última. 

Klopp fez seu nome no Mainz, o clube em que passou quase toda a sua carreira de jogador, levando-os à Bundesliga pela primeira vez em sua história. O clube alemão até se classificou para a Copa da UEFA sob o comando de Klopp, mas em sua sétima temporada, as coisas azedaram - três anos depois que as ruas de Mainz comemoraram Klopp por levá-los à terra prometida, eles voltaram para a segunda divisão; ele ficou por perto, para tentar recuperá-los, mas depois que ele falhou na primeira tentativa, renunciou.

O alemão apareceu em seguida no Borussia Dortmund, onde ganhou notoriedade internacional, levando-os a triunfos consecutivos na Bundesliga e a uma final da Liga dos Campeões. No entanto, novamente na sétima temporada de Klopp, o Dortmund lutou contra fantasmas: no Natal, o Dortmund se via enraizado no fundo da tabela, olhando para o abismo e aparentemente sem rota de fuga. Entretanto, Klopp mais uma vez deu a volta por cima, terminando em 13º, mas livre da zona de rebaixamento.

E tudo isso nos leva a Merseyside, onde Klopp estava liderando os Reds em sua sétima temporada no comando. A venda de Sadio Mané, a insistência com elencos curtos e a queda de rendimento de veteranos - Henderson, Milner e Firmino, entre outros - foram fatores que deixaram o Liverpool aquém daquilo que podia entregar.

Assim, o já consagrado Castro assumiria um time em transformação, com dinheiro, mas sem forças aparentes para combater o gigante Manchester City - ou mesmo ser o principal competidor a eles dentro do Top Six.

Para ajeitar um pouco do elenco, foi feita a venda de Diogo Jota e trazidos Cody Gakpo, Gvardiol, Dumfries e Sosa, todos para compor o grupo; e as jovens estrelas britânicas Declan Rice e Jude Bellingham.

Enquanto isso, a confiança era no 11 titular deixado por Klopp, com a adição de Jude: Alisson, TAA, Konate, Virgil e Robertson; Fabinho, Bellingham e Thiago; Salah, Darwin e Diaz.

A estreia oficial na temporada não poderia ser mais promissora: 2x1 sobre o City e o título da Community Shield.

Todavia, o time não encaixou como se desejava ao longo dos meses seguintes: com poucas peças de reposição à altura do time titular, os principais jogadores chegaram a jogar oito partidas num mês. Nomes como Gakpo não trouxeram o efeito desejado - pior, o lado esquerdo, carente de Mané, não via opções viáveis para a parceria com Salah.

Na janela de verão, o Liverpool apostou alto nas mudanças: foram vendidos Luis Diaz, Keitá e Milner. Chegou Camavinga e houve a surpreendente contratação de Harry Kane, artilheiro do Tottenham e capitão da seleção inglesa - Kane que marcara os dois gols da eliminação dos Reds, dias antes, da Carabao Cup.

Pela Champions League, a classificação no grupo da morte foi suada, mas ainda invicta - 12 pontos num grupo com Milan, Porto e Atletico Madrid. Nas oitavas-de-final, vitória sobre a Atalanta, no agregado de 5x3; nas quartas-de-final contra o poderoso Bayern, 1x1 em Anfield e vitória simples na Baviera, para avançar às semifinais: nela, o temido Manchester City - e duas derrotas: 1x0 em casa e 2x1 no Etihad. Eliminação dolorida para o futuro vice-campeão europeu, derrotado semanas depois pelo Villarreal.

Na Premier League, o clube oscilou sempre entre 7º e 2° colocado - terminando lamentavelmente em 5°, fora da zona de classificação para a UCL do ano seguinte. Cambalido fisicamente, o time tentou até a última rodada, mas terminou com apenas 73 pontos (22V | 11E | 5D | 65GP | 40 GC), treze atrás dos Citizens e três atrás dos Red Devils, último classificado para a Champios. Na reta final, nem mesmo Salah sustentou a artilharia, terminando com 23 gols, dois atrás de Sterling.

Conformados com a classificação à Europa League, os Reds foram para a final da FA Cup com a missão de fechar o ano, ao menos, com a felicidade de mais um título. E foi possível: contra o Tottenham, 1x0, gol de Darwin Nuñez e explosão dos fãs em Wembley.

Foi uma temporada frustrante sim, esperava-se um título entre Premier League e Champions League - contentar-se com uma FA é pouco.

O artilheiro da temporada foi Mo Salah, com 31 tentos; o principal assistente, Jude Bellingham, com 16.

Num ano que Alisson e Salah jogaram 56 partidas cada, o próximo passo é dar um pouco de profundidade ao elenco, mas trazendo para isso jogadores de nível titular, para competir e brigar por posições. 

A temporada 23-24 é de títulos ou nada, não haverá mais espaço para justificativas. Senão, os sons de "Klopp, comeback" serão mais escutados nas tribunas de Anfield.

domingo, 12 de março de 2023

Bari: o término chocante (Capítulo 3)

A renovação com o Bari não estava nos planos - nem de Castro nem de diretoria e nem de torcida, que já via seu treinador em novos caminhos.

Entretanto, o sonho de jogar uma Champions League corroborou para um acordo surpreendente.

Mas diferente do estrategista calculista e preciso, Castro errou para a nova temporada: chegaram propostas fabulosas por alguns jogadores e, nessa leva, Belloti e Locatelli foram vendidos, somando mais de €200MM em receitas.

Na ansia de montar agora um elenco estrelar, o controle financeiro saiu dos eixos. Se na primeira temporada havia um teto de €15k semanais, que alçou €45k na primeira divisão, o ano de UCL descalibrou as contas e não houve teto. Assim, consequentemente, elenco rachado e muito ruído nos bastidores. 

Chegaram Verrati, Pellegrini, Jorginho, Immobile, Insigne... jogadores de seleçao italiana. E quem mostrou futebol foi Ounahi, Amallah...

A ruptura era questão de tempo.

No campeonato italiano, o time chegou a outubro com 9 jogos e o terceiro lugar, somando 20 pontos. Apesar da posição cômoda, o sistema não funcionava. A defesa, por exemplo, de 0,58 gols sofridos se tornou 1,00 gol por partida - lembrando que fora 0,41 na segunda divisão. E chuva de críticas!

Na Champions, em três jogos, o time estacionou na terceira colocação - atrás de Barcelona e Celtic, e a defesa caia para 1,33 gols sofridos por jogo.

No geral, o ataque foi de 1,97 gols para 1,81 - e o aproveitamento de vitórias foi de 71,88% para 56,25%.

O grande artilheiro Belloti não estava mais lá para decidir - e Locatelli, crucial em gols decisivos e assistências, não aparecia mais nas horas críticas.

Com a crise instaurada, havia uma única saída e ela aconteceu em comum acordo: Castro deixava o comando do Bari, certamente em sua última passagem pelo clube.

Se a primeira passagem foi de fracasso, essa foi de sucesso! O time subiu de divisão, foi campeão nacional, disputou uma competição europeia e se sagrou vitorioso!

O significado de uma saída não é necessariamente ruim - pelo contrário, olhar pra portas que o futuro reserva, no Calcio ou fora dele.

Forza, Biancorossi!

quarta-feira, 8 de março de 2023

Paulista A2 - 8ª a 14ª rodada

Após uma excelente partida diante da Macaca, pela sétima rodada da competição, o Juventus chegava confiante para encarar o Comercial, na Rua Javari. Entretanto, o jogo do dia 08/02 apenas abriria uma sequência bem negativa para o Moleque Travesso.

Um time preguiçoso encarou a equipe de Ribeirão Preto, e a derrota por 1x2 foi decepcionante, estacionando a equipe ainda entre os oito primeiros colocados, mas perdendo fôlego na disputa.

Assim, o Juventus ia a Taubaté para um jogo fundamental, famoso jogo de seis pontos. E como de praxe, a atuação da equipe foi muito melhor sem a pressão da Mooca: 3x2 sobre os donos da casa.

Na rodada seguinte, mais um jogo na Rua Javari. Contra o Oeste, a expectativa era de derrota, sendo sincero: as atuações decepcionantes em casa não davam um prognóstico positivo. E isso se confirmou: novamente 1x2 para os visitantes, novamente Bruno Moraes descontando.

E, nessa gangorra, contra o Velo Clube - em Rio Claro, obviamente que a torcida foi confiante em boa atuação e resultado positivo. No entanto, um anêmico 0x1 foi o suficiente para, finalmente, cair a ficha e demitir o limitado Ito Roque.

O clube se mexeu rapidamente, trazendo o experiente Jorginho para a função. O treinador, aliás, chegou com o claro recado de que não faria milagres: manteria o sistema tático e tentaria simplesmente arrancar mais do elenco: mais vontade, mais disposição e mais qualidade.

Assim, o Juventus foi para 12ª e 13ª rodada contra Briosa e Monte Azul. Adversários em realidades absolutamente opostas, mas mesmo placar final: 1x1.

Os dois pontos conquistados eram um respiro, mas o adversário seguinte, traiçoeiro - o Juventus pegaria um horrível Lemense - mas que se aprontasse, deixaria-nos em situação delicada.

E finalmente, em casa, o Juventus teve sua grande atuação no campeonato. Na realidade, muito mais a primeira etapa, que terminou 3x0 sem nenhuma dificuldade. Com Masson e Cesinha soltos, além de Bruno Moraes muito participativo, o time goleou ao final (4x0), livrou-se matematicamente do rebaixamento e alçou a 9ª posição - apenas 1 ponto do último classificado.

Na rodada final, o Juventus pega o Novorizontino, fora de casa - sábado (11/03) às 15h.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Bari: o inédito scudetto e a festa no sul da bota (Capítulo 2)

Campeão da Copa Itália e vice-campeão da segunda divisão, o Bari chegava com pinta de time de meio a alto de tabela no Calcio. As casas de apostas colocavam o time entre a 7ª e 9ª colocação, atrás dos gigantes Juventus, Inter e Milan e da prateleira de Napoli, Atalanta, Roma e Lazio.

A Juventus ostentava o título e a Inter o vice-campeonato - ambos, porém, já batidos pelo Bari na temporada anterior.

A pré-temporada foi de ajuste de elenco. Muitos aposentados, saídas e reforços necessários. Vrsaliko (Bayern), Vega (Atleti) e Antuna (PSV) foram alguns do nomes que conseguiram novos e bons contratos fora do país. 

Chegaram Raspadori e Locatelli (ambos rebaixados com o Sassuolo e, portanto, oportunidades de mercado), Romagnoli, Scalvini, Florenzi, Spinazzola, entre outros. Ainda, um cara dos mais experientes disponíveis no mercado, Angel Dí Maria, recém-campeão com a Argentina.

Raspadori, aliás, foi o caso mais triste: começou bem a carreira no clube, mas lesionou o LCA do joelho e ficou sete meses afastado do time - assim como Fiore, promessa da base, com a mesma contusão - e retornou apenas em abril, completando 12 jogos no ano.

Num modo de fazer caixa, umas das missões como gestor, foi a atenção dada a base, que começou a reverter em lucro, com ótimas vendas para times do exterior.

No campo, Castro manteve o 5-4-1 vitorioso no ano anterior, priorizando a solidez defensiva da equipe. A base foi formada por Sirigu; Florenzi, Vicari, Romagnoli, Terranova e Udogie; Amrabat, Miretti, Ounahi e Locatelli; Belotti. 

A base ainda fora privilegiada, mas como complemento ao elenco, sobretudo nas figuras de Gallo (33 partidas) e Jelavic (24 partidas). Como referência, o recordista em jogos no ano foi dividido entre Miretti e Scalvini, com 54 partidas cada.

Mas e na bola, o ano foi bom? O ano foi maravilhoso! 4 torneios e 4 títulos.

O primeiro foi o título da Supercopa italiana: 2x1 sobre a Juventus, atual detentora do Calcio.

Depois, o bicampeonato da Copa Itália: um novo 2x1 sobre a Juventus, praticamente fechando a temporada como ela começou. Na jornada, que começou com um 3x0 sobre o Cagliari, ainda teve: Modena (4x0), Inter (2x0), Lazio (3x1) e Milan (5x2). Ou seja, pela lista, chancela de merecimento total.

No Calcio, um duro começo mas uma recuperação breve e franca; a liderança chegou na décima rodada, contra o Parma - time que tirara o título de nossas mãos há poucos meses e acabaria rebaixado de volta à série B. Após isso, oscilação pequena entre o primeiro e o segundo lugar. O grande pilar do título foi certamente a defesa, com apenas 22 gols sofridos e um destaque enorme para o capitão Terranova, que assumiu a faixa deixada por Di Cesare. O ataque marcou 73 gols, liderados por Belotti (21 tentos). Ao todo, 26 vitórias, 6 empates e 6 derrotas - 84 pontos, contra 81 marcados pela Inter. O scudetto é do Bari!

E, por fim, o título europeu: na concorrida Liga Europa. O Bari sofreu para se classificar na fase de grupos, com 9 pontos contra 8 do Genk. Na liderança, o Tottenham com 16. Claro que o fato de ter jogado com o time da base pesa, mas apesar das dificuldades, a missão era avançar ao mata-mata. E como esse time sabe jogar torneios assim! Rangers (3x0), Atalanta (4x2) e Bilbao (4x1) ficaram pelo caminho. Nas semifinais, o Spurs: e mais um 3x0 no agregado, com classificação em plena Londres. Na final, contra o tradicional Benfica, em jogo único, 3x0 - com hat-trick de Andrea Belotti!

Esses 3 gols na final, inclusive, significam história: Belotti entrara na partida com 70 gols na camisa do Bari, recorde histórico empatado com Luigi Bretti (1950-52). Assim, o hat-trick isolou o italiano como maior artilheiro da história do clube.

Foi um ano mágico para o torcedor do Bari, para toda a agremiação, na verdade. O clube chegou ao seu auge, seja em território nacional ou europeu. O San Nicola nunca havia sentido o clima de vitória, nem em seus 33 anos de existência, tampouco em 115 anos de história do clube.

Claro que, uma vez no topo, a ideia é se manter - e se sabe que isso é a parte mais difícil. Um eventual bicampeonato italiano como avançar na Champions League é um sonho, mas talvez extremamente concreto de buscar.

Assim, contrariando a dinâmica de carreira de Castro, que permanece no máximo 2 anos em cada equipe, anuncie-se: Castro vai para sua terceira temporada com o time da família!