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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

In Pompey we trust:a saga do Portsmouth rumo à Premier League - Cap. I

O Portsmouth Football Club é um clube de futebol inglês, fundado em 1898 na cidade de Portsmouth.

O Fratton Park é o seu estádio atual, com uma capacidade de cerca de 21 mil apaixonados espectadores.

Mesmo fundado em 1898, disputou sua primeira partida apenas em setembro de 1899 e apenas na temporada 1926-27 conseguiu uma promoção à primeira divisão da Inglaterra. Por lá permaneceu de forma ininterrupta até a temporada 1958-59. Neste período, alcançou a final da Copa da Inglaterra em 1929 e 1934, perdendo para Bolton e Manchester City, respectivamente.  E finalmente, em 1939, a equipe chegou pela terceira vez a final da Copa da Inglaterra e conseguiu a vitória, sobre o Wolverhampton, placar de 4 a 1.

No pós-guerra ocorreu o auge do clube, no qual se conseguiu seus dois títulos da primeira divisão, nas temporadas 1948-49 e 1949-50.


Contudo, após o quarto lugar na temporada 1951-52 e o terceiro lugar em 1954-55, os resultados da equipe caíram vertiginosamente, o que culminou com o rebaixamento em 1958-59. Após o rebaixamento a equipe não conseguiu se firmar na segunda divisão e acabou rebaixada à terceira, ao fim da temporada 1960-61, sendo o primeiro clube campeão nacional a ser rebaixado a tal nível.

Apenas nos anos 90 veio o retorno à elite; e na sua primeira temporada na Premier League, a equipe conseguiu um honroso 13º lugar.


Na temporada 2007-08 a equipe retornou à final da Copa da Inglaterra, outrora disputada em 1939, após vencer o Manchester United nas quartas de final e o West Brom nas semifinais. A final, disputada no Novo Wembley, foi vencida por 1 a 0 sobre o Cardiff City. Além de levantar o troféu da competição depois de 69 anos, o Portsmouth conseguiu sua primeira classificação na história para uma competição europeia, a Copa Uefa.

Em anos seguinte, o Pompey conseguiu novamente, após uma vitória sobre o Birmingham City, alcançar a semifinal da Copa, e buscaria uma vaga na final diante do Tottenham. O clube conseguiu a vitória nesta semifinal, vencendo o jogo por 2 a 0 na prorrogação, gols de Piquionne e Kevin-Prince Boateng, este de pênalti, em um dos jogos mais emblemáticos da história do clube. Como o Chelsea foi o outro finalista, após vencer o Aston Villa por 3 a 0 na outra semifinal, o Pompey estaria classificado para disputar a recém-criada Uefa Europa League, uma vez que o time londrino, devido a sua situação extremamente confortável na Premier League, tinha grandes chances de classificação para a Champions League.

Mas o Pompey não conseguiu sair da administração judicial, que lhe fora aplicada pela má gestão financeira, no prazo máximo para conseguir a licença da UEFA para a sua entrada na competição (uma das condições para a conquista da mesma); e com isso, sua participação na Europa League não foi permitida. Começara o pior período de sua história...


Após tantas crises que assolaram a equipe, foi decretada sua falência, em 19 de abril de 2013.

Visando salvá-lo, o Portsmouth FC passou a ser administrado por um grupo de torcedores chamado de "Pompey Supporters' Trust", e novas pessoas foram contratadas após o clube escrever um de seus capítulos mais negros da história: o rebaixamento para a League Two de 2013-14.


Obviamente, foi um início complicado para a temporada de 2013/2014. O elenco curto e inexperiente, a falta de dinheiro para reforços e o desinteresse em vestir o manto Pompey na amarga divisão.

A solução encontrada foi enxertar um volume significativo de jogadores emprestados de clubes da primeira divisão (jovens promessas não aproveitadas de Arsenal, United, etc...) e mesclá-los com a experiência que existia dentro do elenco.

Neste cenário de caos, chegaram: Hector Bellerin, Jon Toral, Serge Gnabry e Chuba Akpom– todos advindos do Arsenal, principal parceiro nesta empreitada, Jesse Lingaard veio do United, Marcos Lopes do City, Denis Suarez do Barcelona B, e Marcial do Monaco.

Juntando-se aos atletas que concordaram em permanecer no Fratton, o elenco para o primeiro semestre da temporada 13/14 ainda contava com: Smith e Sullivan (goleiros); Devera, Moutaouakil, N’Gala, Bradley, Warren, Whatmough, Painter e Triggs (defensores); Ertl, Simon Ferry, Padovani, Jed Wallace e Andy Barcham (meio-campistas), Craddock, Connoly e Agyemang (atacantes)

Com estes nomes, começou a saga do acesso....

E que início tenso. Dos 10 primeiros jogos, 5 vitórias em casa e 5 empates fora.

Um time pragmático, de defesa sólida e ataque limitado. Pouquíssima criatividade, vitórias apertadas, gols raros. Em pouco tempo, os primeiros lugares da tábua de classificação mesmo com um dos piores ataques do torneio.

O impulso veio nas copas. O DNA do Portsmouth desta temporada claramente era jogar copas.

A começar pelo J Paint Trophy, disputado entre os times de ligas menores, a equipe se acostumou a atropelar os adversários, com atuações convincentes dentro e fora de casa. Em campanha invicta até o momento, está na final sem dificuldades, aguardando a peleja dianta do MK Dons pelo título.

Na outra copa disputada no primeiro semestre, a Copa da Liga Inglesa, adversários inexpressivos... até as quartas-de-final – pela frente o poderoso Arsenal, provedor de 4 jogadores componentes do elenco da temporada.

Medo? Não! Logo aos 8 minutos, numa paulada de Gnabry de fora da área, o gol do 1 a 0 dentro do Emirates. Após isso: retranca. Retranca absoluta e convicta, da qual Buzzetto se orgulharia e que implicou no magro e épico placar a favor dos Pompeys.

Esta batalha representou o final do ano de 2013, que terminou com a equipe na final da J Paint, semifinais da League Cup diante do Chelsea e ostentando a liderança na League Two com 3 pontos na frente com 2 jogos a menos – pela liga, o crescente da campanha foi exponencial após a confiança obtida nas copas e a liderança com consequência genuína do trabalho bem feito.

Em uma situação mais atraente para reforços, 4 novos nomes vieram a compor o elenco: Ayoze Perez, emprestado pelo Tenerife, da segunda divisão espanhola. Jonathan Calleri, emprestado pelo All Boys (Argentina), com opção de compra por 300 mil libras. Jack Grelish, recém-formado pelo Aston Villa. E Terry Gornell, do Cheltenham Town, adquirido em definitivo em troca de Jed Wallace, insatisfeito com as poucas oportunidades na equipe titular. Dispensado apenas foi Agyemang, emprestado para pegar tempo de jogo longe do Fratton.

Gornell que representou a nova perspectiva do clube. O Cheltenham Town era o vice líder da League Two e Terry o principal assistente (12) e goleador (16) da competição. E não hesitou em solicitar a incorporação ao elenco Pompey quando do interesse demonstrado.

O ano de 2014 se iniciou logo com os dois duelos diante dos Blues, pela Copa. Em casa, vitória por 1 a 0 (Marcial), ao estilo do time mandante, anulando completamente o ataque adversário. Na volta, no assustador Stamford Bridge, 0 a 1 – gol de Calleri, seu primeiro com o manto azul de Hampshire.

Foi definitivamente um semestre acima das expectativas:

N’Gala, capitão, foi disparado o melhor defensor da competição no semestre, tendo sido eleito jogador do mês em certo momento da temporada.

Simon Ferry começou a temporada no banco e assumiu a volância da equipe, defendendo, saindo pro jogo e marcando gols fundamentais na campanha.

Promessas como Denis Suarez ganharam tamanha personalidade que fez o Barcelona principal desejar sua volta durante o empréstimo.

Gnabry desequilibrou e mostrou o potencial que Arsene Wenger sempre apostara, bem como seu companheiro Bellerín.

Agora chega a segunda parte da temporada. Os objetivos são claros: acesso com título na League Two; vencer a J Paint e a Copa da Liga; e chegar a uma honrosa semifinal na FA.

Será que conseguimos?

#InPompeyWeTrust

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