Pesquisar este blog

domingo, 12 de novembro de 2023

In Pompey We Trust - A surpreendente excursão europeia

Depois de um retorno incrível à Premier League, o Portsmouth agora necessitava se fortalecer - mais difícil do que a escalada é se manter no topo, como diz o velho ditado.

Felizmente, a base do time estava pronta e não haveria necessidade de um rebuild. No entanto, a necessidade de reforçar os setores era latente, para buscar algo além da sétima colocação - e quiçá um título!

Entre ajustes, o primeiro movimento foi de perda: Paddy Lane, revelado lá na EFL Two conseguiu sair sem custos, rumo ao futebol belga. Ainda, caras como Vardy e Cresswell - líderes do grupo - aposentaram-se. Os reforços foram precisos - e muito úteis ao longo do ano. Para o gol, Bounou (goleiro semifinalista de Copa por Marrocos) chegou para trazer competição e experiência à Edwards. Para a defesa, Ben Johnson chegou e logo assumiu a titularidade da lateral-esquerda, trazendo potência à unidade defensiva. Para o meio-de-campo, Kante (free agent) e Smith-Rowe trouxeram experiência e juventude, respectivamente, ao grupo. E, para o ataque, Evan Ferguson - jovem talento irlandês, como um aprendiz de Bishop.

Com essas chegadas, o time-base do time para a temporada foi: Edwards/Bounou; Lewis, Carter-Vickers, Colwill e Johnson; Kante/Patino, Palmer, Ward-Prowse, Loftus-Cheek e ESR; Bishop. 

A segunda Premier League da equipe foi muito disputada. Após o sétimo lugar da última temporada, a meta do clube era chegar, no mínimo, na mesma colocação. O time começou brigando bem até pelo topo, mantendo-se entre os dois primeiros postos até o mês de dezembro; claro que o ritmo da temporada europeia, provocando um calendário maior, atrapalhou. Ao fim das trinta e oito rodadas, um celebrado quinto lugar, perdendo o Top Four por critérios de desempate. Foram 65 pontos ganhos, 70 gols feitos e 55 sofridos - melhora significativa de pontos, melhora no ataque e piora na defesa. 

Pelas Copas, que eram a grande expectativa de títulos da temporada, duas precoces eliminações em quarta fase, para Hull City e Tottenham, por FA e Carabao, respectivamente.

A última competição disputada, que era a mais despretenciosa, foi aquela que mudou a perspectiva do Pompey - A UEFA Europa League.

Dada a necessidade de priorizar a Premier League, foi utilizada a rotação reserva na fase de grupos. Sofrendo um pouco, o time se classificou com 8 pontos, em segundo lugar no grupo, graças a uma goleada de 6x0 sobre o Shamrock Rovers.

Uma vez avançando, na fase dezesseis-avos de final, o time saiu de uma derrota em casa - 1x2 contra o Leipzig - para uma vitória épica por 2x0 na Alemanha, avançando contra as principais odds (3x2 no agregado). Já pelas oitavas-de-final, no jogo de ida, o time vencia em casa por 3x1 até os 88', quando o Galatasaray buscou o empate e levou o jogo empatado para a Turquia; em um ambiente de extrema pressão, o Pompey correu atrás do placar (os turcos venciam até a parte final do segundo tempo), virou o jogo e, com um 3x2 nos acréscimos (marcado por Charlie Patino), próxima fase garantida, com um inesperado 6x5 no agregado. Nas quartas-de-final, o líder da PL: Arsenal. O jogo de ida, no Emirates, foi inesperado para os gunners: 0x3, ainda no primeiro tempo, para o time de Hampshire; na volta, um jogo administrado e uma derrota dentro dos planos - 4x2 no agregado. A zebra britânica chegou para as semifinais contra o maior time do planeta: Real Madrid. Em casa, um 0x0 tenso, numa partida de muita marcação e pouquíssimas oportunidades de gol para os dois lados; em Madrid, dentro do clássico Santiago Bernabeu, aquilo que contrariava as expectativas aconteceu: 0x2 para o Pompey, com dois gols de Cole Palmer. 2x0 no agregado e final garantida! E que final! Contra o Bayer Leverkusen, o time foi com sua força máxima para tentar garantir o título e, claro, a consequente vaga para a Champions League. Com menos de 10', Bishop abriu o placar. O empate alemão veio rápido, porém no lance seguinte, ESR colocou novamente os ingleses à frente do placar; após o 2x1, o time ganhou confiança e foi ampliando o placar, sempre nos pés de Bishop - o camisa 9 marcou impressionantes quatro gols na final e garantiu o caneco com um indiscutível 5x2. Título!

Depois de um ano de adaptação, o time se consolidou na elite nacional e surpreendeu na Europa, gerando uma vaga na sonhada UEFA Champions League para a temporada seguinte. 

Então, para o Portsmouth, a mensagem é de "fico" - acabaram as oscilações, o sobe e desce de divisões. O clube está estruturado e próximo para próximos passos, nacional e internacionalmente. Castro tem um livro em branco ainda em mãos, tem dinheiro e tem admiração dos atletas pela Europa - ingredientes interessantes para uma bela receita!

Nenhum comentário:

Postar um comentário