Campeão da Copa Itália e vice-campeão da segunda divisão, o Bari chegava com pinta de time de meio a alto de tabela no Calcio. As casas de apostas colocavam o time entre a 7ª e 9ª colocação, atrás dos gigantes Juventus, Inter e Milan e da prateleira de Napoli, Atalanta, Roma e Lazio.
A Juventus ostentava o título e a Inter o vice-campeonato - ambos, porém, já batidos pelo Bari na temporada anterior.
A pré-temporada foi de ajuste de elenco. Muitos aposentados, saídas e reforços necessários. Vrsaliko (Bayern), Vega (Atleti) e Antuna (PSV) foram alguns do nomes que conseguiram novos e bons contratos fora do país.
Chegaram Raspadori e Locatelli (ambos rebaixados com o Sassuolo e, portanto, oportunidades de mercado), Romagnoli, Scalvini, Florenzi, Spinazzola, entre outros. Ainda, um cara dos mais experientes disponíveis no mercado, Angel Dí Maria, recém-campeão com a Argentina.
Raspadori, aliás, foi o caso mais triste: começou bem a carreira no clube, mas lesionou o LCA do joelho e ficou sete meses afastado do time - assim como Fiore, promessa da base, com a mesma contusão - e retornou apenas em abril, completando 12 jogos no ano.
Num modo de fazer caixa, umas das missões como gestor, foi a atenção dada a base, que começou a reverter em lucro, com ótimas vendas para times do exterior.
No campo, Castro manteve o 5-4-1 vitorioso no ano anterior, priorizando a solidez defensiva da equipe. A base foi formada por Sirigu; Florenzi, Vicari, Romagnoli, Terranova e Udogie; Amrabat, Miretti, Ounahi e Locatelli; Belotti.
A base ainda fora privilegiada, mas como complemento ao elenco, sobretudo nas figuras de Gallo (33 partidas) e Jelavic (24 partidas). Como referência, o recordista em jogos no ano foi dividido entre Miretti e Scalvini, com 54 partidas cada.
Mas e na bola, o ano foi bom? O ano foi maravilhoso! 4 torneios e 4 títulos.
O primeiro foi o título da Supercopa italiana: 2x1 sobre a Juventus, atual detentora do Calcio.
Depois, o bicampeonato da Copa Itália: um novo 2x1 sobre a Juventus, praticamente fechando a temporada como ela começou. Na jornada, que começou com um 3x0 sobre o Cagliari, ainda teve: Modena (4x0), Inter (2x0), Lazio (3x1) e Milan (5x2). Ou seja, pela lista, chancela de merecimento total.
No Calcio, um duro começo mas uma recuperação breve e franca; a liderança chegou na décima rodada, contra o Parma - time que tirara o título de nossas mãos há poucos meses e acabaria rebaixado de volta à série B. Após isso, oscilação pequena entre o primeiro e o segundo lugar. O grande pilar do título foi certamente a defesa, com apenas 22 gols sofridos e um destaque enorme para o capitão Terranova, que assumiu a faixa deixada por Di Cesare. O ataque marcou 73 gols, liderados por Belotti (21 tentos). Ao todo, 26 vitórias, 6 empates e 6 derrotas - 84 pontos, contra 81 marcados pela Inter. O scudetto é do Bari!
E, por fim, o título europeu: na concorrida Liga Europa. O Bari sofreu para se classificar na fase de grupos, com 9 pontos contra 8 do Genk. Na liderança, o Tottenham com 16. Claro que o fato de ter jogado com o time da base pesa, mas apesar das dificuldades, a missão era avançar ao mata-mata. E como esse time sabe jogar torneios assim! Rangers (3x0), Atalanta (4x2) e Bilbao (4x1) ficaram pelo caminho. Nas semifinais, o Spurs: e mais um 3x0 no agregado, com classificação em plena Londres. Na final, contra o tradicional Benfica, em jogo único, 3x0 - com hat-trick de Andrea Belotti!
Esses 3 gols na final, inclusive, significam história: Belotti entrara na partida com 70 gols na camisa do Bari, recorde histórico empatado com Luigi Bretti (1950-52). Assim, o hat-trick isolou o italiano como maior artilheiro da história do clube.
Foi um ano mágico para o torcedor do Bari, para toda a agremiação, na verdade. O clube chegou ao seu auge, seja em território nacional ou europeu. O San Nicola nunca havia sentido o clima de vitória, nem em seus 33 anos de existência, tampouco em 115 anos de história do clube.
Claro que, uma vez no topo, a ideia é se manter - e se sabe que isso é a parte mais difícil. Um eventual bicampeonato italiano como avançar na Champions League é um sonho, mas talvez extremamente concreto de buscar.
Assim, contrariando a dinâmica de carreira de Castro, que permanece no máximo 2 anos em cada equipe, anuncie-se: Castro vai para sua terceira temporada com o time da família!
Nenhum comentário:
Postar um comentário