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quinta-feira, 24 de março de 2022

Leão do Pici: É aquele mesmo!

A mais recente missão do técnico Ricardo de Castro foi no Brasil. Num ano atípico, com apenas 14 equipes na competição, a equipe da vez foi o Fortaleza Esporte Clube, para disputa do campeonato nacional.

Mesmo com um retrospecto interessante em temporadas anteriores, o propósito era reconstruir 100% do elenco e se tornar um contendor definitivo ao título nacional.

A grande limitação era não ter nomes atuando em terras brasileiras à disposição; assim, a solução foi buscar atletas brasileiros atuando mundo afora – e sem verbas muito altas, ser criativo desde jovens promessas a veteranos em fim de carreira. Jogadores que, no debate de bar, é o famoso “aquele fulano?” ou “aquele beltrano?”.

Tricolor de Aço, já centenário, vinha dando sinais de recuperação desde o brilhante trabalho de Rogério Ceni até a conquista da vaga na Libertadores sob comando de Vojvoda. Assim, Castro reconstruiria o elenco - por necessidade - mas sob um padrão de jogo já marcante, uma estrutura já qualificada. 

A torcida desde o início sentira o estranhamento, já que dois ídolos haviam ocupado a vaga no banco de reservas. Entretanto, o tempo e o futuro criaram espaço para que Castro se unisse ao panteão ocupado pelos treinadores anteriores.

Antes até de falar da campanha, vale então irmos ao elenco de 24 jogadores que representaram o Leão do Pici no campeonato brasileiro de 2021. Apresentaremos por: nome (passagem mais marcante).

Goleiros: Denis (São Paulo), Marcelo Grohe (Grêmio) e Renan Ribeiro (São Paulo).

Laterais: Douglas (Barcelona), Araruna (São Paulo), Carlos Augusto (Corinthians) e Gabriel Silva (Palmeiras).

Zagueiros: Danilo (Palmeiras), Bambu (Athletico-PR), Kal (América-MG) e Cássio (Juventus-SP).

Meias: Jaílson (Palmeiras), Pituca (Santos), Moisés (Palmeiras), Júnior Uso (Corinthians), Wallace (Grêmio) e Lucas Fernandes (São Paulo).

Atacantes: Pedro Rocha (Juventus-SP), Brenner (São Paulo), Fernandinho (São Paulo), Talles Magno (Vasco da Gama), Ewandro (São Paulo), Henrique Dourado (Fluminense) e Pato (Milan).

Pato? Sim, aqueeeele Alexandre Pato!

É uma lista de medalhões, e você deve estar se perguntando se Douglas é aquele mesmo? Ou se Danilo é aquele zagueiro mesmo! E sim, a resposta é: eles mesmo!

O elenco heterogêneo teve tempo para se encontrar - com os nomes definidos até 31/01 e a competição iniciando-se apenas em abril, o time teve quase 3 meses para pegar entrosamento, o suficiente para brigar desde o início pelo topo.

Com destaques individuais para Danilo, Araruna, Júnior Urso e Henrique Dourado, o time priorizou a defesa, tomar poucos gols até que o ataque conquistasse confiança para ser o alicerce dos placares.

Mesmo não sendo a melhor defesa em números, o Fortaleza ficou abaixo da média de 1 gol sofrido por jogo; ao passo que o ataque ficou com 2,5 por partida.

A disputa contra o Internacional foi ponto a ponto, do início ao fim. Entre trocas de liderança - foram inúmeras - apenas os clubes de Ceará e Rio Grande do Sul chegaram firmes mesmo até o último dia.

E, curiosamente, o último dia foi em seu próprio estado - mas no estádio do Vozão, seu maior rival. Contra o Ceará, um empate por 1x1 garantiu o 58° ponto em 26 jogos - um a mais que o Inter, que terminou com 57.

Um título extremamente festejado, do qual Castro carrega a coroa mas compartilha os méritos com aqueles que construíram essa história.

O Fortaleza não era de Castro apenas. Era da torcida apaixonada que lotou o Castelão nos 13 jogos em casa. Era de Araruna, principal garçom do campeonato (9 passes decisivos), da revelação Carlos Augusto, da dupla fantástica Jaílson/Júnior Uso, de Fernandinho a brilhar nos momentos mais difíceis.

Criou-se uma conexão, algo além das quatro linhas.

Emoção ao longo do ano, que coroou um artilheiro nacional - Henrique Dourado (22 gols), mas também propiciou um gol de goleiro (Dênis, na derrota por 4x3 contra o América-MG fora de casa). Bolas salvas em cima da linha, carrinhos demonstrando raça, festa nos alambrados ao final de cada vitória.

Pro Leão, o Brasil é presente! Agora, além disso, buscar-se-á "A Glória Eterna"

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