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quinta-feira, 28 de junho de 2012

O pragmatismo agora vem do outro lado: a ironia da Euro



A seleção italiana tem numa sólida defesa e num bom toque de bola suas armas. A defesa traz o entrosamento da Juventus de Buffon (um monstro, em altíssima forma), Bonucci e Chiellini; a campeã do Calcio, aliás, tem o maestro do meio-campo da azurra e melhor jogador do torneio: Andrea Pirlo. Aos 34 anos e talvez na melhor temporada de sua carreira, o veterano comanda os passes desde a saída de bola à criação das principais jogadas. E marca muito. Ao seu lado Montolivo tem demonstrado o valor que o Milan passará a confiar nesta temporada em seu futebol. E também De Rossi, volante romanista que faz um torneio impecável nos desarmes. O ataque tem dois decisivos: o guerreiro Cassano, que superou um AVC há menos de um ano, e o irreverente Balotelli, Super Mario, que vem crescendo na fase decisiva, ao incomodar Inglaterra e derrubar a Alemanha. A Itália clássica, retrancada, não veio para essa Euro. Joga solta, tentando envolver o adversário, mas claro sem descuidar da defesa. Gosta da posse de bola e de valorizá-la, assim como sua rival. Talvez mude as características para enfrentar a Espanha e explore contra-ataques. Prandelli tem essa questão para resolver. Ele mudou o time de 2010, que hoje quer jogo. E por isso vai pensar muito antes de abdicar do que vem funcionando. A Itália vai com muita fome pra essa final.


A Fúria. Que hoje de agressiva tem apenas o sistema tático defensivo. Um jogo de passes e mais passes que irrita torcida e espectadores, sem muita profundidade. Sem Guaje - sem Villa. O asturiano era a flecha de uma seleção que funcionava sincronizadamente, de mil passes trocados à bola enfiada, precisa, pro gol. Nem Torres, nem Fàbregas e muito menos Negredo proporcionou o que proporcionava Villa. Talvez Pedro seja a melhor alternativa, mas Del Bosque parece não confiar tanto no jovem barcelonista. No entanto esse futebol tem uma explicação: defender. Claro, as chances de tomar um gol quando se passa 60% do tempo com a bola é menor. A Espanha é de-fen-si-va. A seleção quer cansar o adversário, cozinhá-lo, testar sua paciência. Não toma um gol em mata-matas oficiais desde 2006. Mas contra Portugal quase tudo foi a perder, 120 minutos não cansaram os portugueses, que caíram, honrados, apenas nos penaltis. Longe de grandes atuações, até de craques como Xavi, a bagagem dos últimos títulos pesa menos no favoritismo espanhol. Hoje, os italianos fazem frente aos atuais campeões. Para não deixar os destaques de fora, a Fúria tem dois expoentes na campanha: o mágico Andres Iniesta, intocável com a bola nos pés, preciso, ousado; e as boas aparições do lateral Jordi Alba, já cogitado no Barcelona e muito confortável na posição.


* O blog ficou devendo acompanhar essa Euro mais de perto. Um motivo? Escola Politécnica da USP. O Bola pro Mato não pode ir jogo-a-jogo e vem só a essa final por questões maiores. Infelizmente.*

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