Capitaneado obviamente por Cristiano Ronaldo, um dos maiores jogadores da atualidade, Portugal ainda apresentava o prodígio João Felix, Ruben Neves, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, entre tantos outros craques.
Os amistosos não foram páreos para a equipe. Adversários fracos, goleados retumbantes. 6x0, 4x0 e por aí vai. Com apenas seis jogos de preparação, chegara a hora da Copa do Mundo.
E como toda a estreia, tensa. Entretanto, a tensão não se esvaziou após os primeiros minutos de bola rolando. E pelo contrário, a vitória veio suada, contra a fraca seleção australiana, apenas 1x0. Os desempenhos muito abaixo da média levaram parte da crítica ao delírio, culpando Castro - apesar da vitória - pelo fraco desempenho.
Refletindo tamanha pressão no grupo, e este fechado com seu jovem treinador, Portugal entrou com uma postura diferente no segundo jogo, contra a Colômbia. Deixando de lado a displicência da estreia, o time entrou concentrado, focado para uma boa exibição. Entretanto, a seleção colombiana adentrou mais agressiva ainda em campo. Num 4-1-4-1 quase suicida, os colombianos pressionavam ferozmente a saída de bola, que sempre começava com Rui Patrício no gol. Não conseguindo deixar os lusitanos ultrapassarem o meio-campo, o time sulamericano subiu ainda mais suas linhas. E, nesta deixa, em dois contra-ataques únicos e bem-sucedidos, Cristiano Ronaldo colocou dois gols no placar. A vantagem ainda acomodou o time, que viu a Colômbia descontar em uma saída de bola errada. Mas, no final das contas, 2x1.
Já classificado, Castro colocou o time reserva diante da modesta Noruega. Liderada por seu centroavante no Notts County - Erling Häland - a equipe nórdica não ofereceu muitos perigos. E, assim, foi presa tranquila para um 2x0, em partida inspirada de Gelson Martins, com um gol e assistência para tento de Diego Jota.
~ Gelson foi a grande surpresa da Copa ~ |
As quartas-de-final reservaram o encontro com mais uma favorita - França, que simplesmente amassou o time ibérico na primeira etapa. Sem conseguir trocar um passe e agradecendo a cada defesa de Rui Patrício, os portugueses saíram para o intervalo até no lucro, com a derrota parcial de 0x1. Castro novamente recorreu a Gelson para tentar mudar o jogo já que, no retorno à segunda etapa, poucas chances foram criadas. Aos 66' em seu primeiro lance, encontrou Raphael Guerreiro que fuzilou para os fundos das redes. O gol, todavia, não foi um banho de água fria aos franceses, que retomaram a dianteira aos 74' com Martial. E mais uma vez, como num jogo de tênis, Portugal buscou o empate com Gelson aos 80' e não cedeu o "set point". Assim como contra a Argentina, fora momento de ambas se resguardarem para prorrogação - entretanto, num lance fortuito, Bernardo Silva alçou uma despretensiosa bola na área e encontrou o melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, para o gol da vitória. 3x2.
Após tantos obstáculos, a semifinal entre Portugal e Alemanha era carregada de temor. Fisicamente, Portugal era esperado com condições físicas críticas, dadas as batalhas já citadas. Os alemães, por sua vez, tinham tido um caminho suave e contavam com estrelas em todos os setores do campo. Surpreendentemente, os portugueses foram um rolo compressor nos primeiros quarenta e cinco minutos. Com dois gols de Cristiano Ronaldo, o placar se estabeleceu muito cedo e trouxe paz à equipe. Mesmo um péssimo segundo tempo da equipe, que sofreu cedo o gol de desconto, não tirou a vaga à final da Copa do Mundo. 2x1.
E finalmente no dia 17/06/2022, às 20:45, o árbitro apitou o início da final, entre Portugal e Inglaterra. Portugal entrara em campo com: Rui Patrício; João Cancelo, Leite, Dias e Guerreiro; Danilo Pereira, Ruben Neves e Bruno Fernandes; Bernardo Silva, João Félix e Cristiano Ronaldo.
Ironicamente, Castro chegava à desejada final justamente contra o país que o acolheu e onde fizera história com o Notts County. Tablóides londrinos julgavam-no como um traidor à pátria, notadamente apoiados por torcedores das grandes equipes. Em contrapartida, a cidade de Nottingham se dividia e, em alguns pequenos estabelecimentos e comércios, via-se faixas de suporte ao revolucionador treinador. Assim como o Meadow Lane, absolutamente cheio e repleto de telões, ficou dividido.
O jogo foi muito duro. Recheado de faltas e intervenções da arbitragem, o jogo em si não fez jus à grandeza do espetáculo. Menos arte e mais objetividade das duas equipes, talvez, em busca do título - inédito aos portugueses e reconquistado pelos ingleses, campeões em 1966.
~ Cristiano Ronaldo cria seu maior diferencial à Messi ~ |
Uma brava campanha! Em 7 jogos, a consagração de um treinador brasileiro dezoito anos depois de Felipão. E a consagração mundial, seis depois do histórico título da Eurocopa em 2016. E, sem sombra de dúvidas, o apogeu de Cristiano Ronaldo com a camisa rubro-verde: erguendo a taça de campeão e celebrando a co-artilharia da Copa, ao lado de Harry Kane, com 6 gols. Muita história para ser contada em terras lusitanas. Portugal campeão do Mundo!
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