Na primeira aventura do FIFA 23, Castro foi convocado a reestruturar o Liverpool após a saída surpreendente de Jurgen Klopp. O alemão, que montou um dos melhores times deste século, não resistiu ao enigma: a sétima temporada de Klopp, em seus dois empregos anteriores, já provara ser a última.
Klopp fez seu nome no Mainz, o clube em que passou quase toda a sua carreira de jogador, levando-os à Bundesliga pela primeira vez em sua história. O clube alemão até se classificou para a Copa da UEFA sob o comando de Klopp, mas em sua sétima temporada, as coisas azedaram - três anos depois que as ruas de Mainz comemoraram Klopp por levá-los à terra prometida, eles voltaram para a segunda divisão; ele ficou por perto, para tentar recuperá-los, mas depois que ele falhou na primeira tentativa, renunciou.
O alemão apareceu em seguida no Borussia Dortmund, onde ganhou notoriedade internacional, levando-os a triunfos consecutivos na Bundesliga e a uma final da Liga dos Campeões. No entanto, novamente na sétima temporada de Klopp, o Dortmund lutou contra fantasmas: no Natal, o Dortmund se via enraizado no fundo da tabela, olhando para o abismo e aparentemente sem rota de fuga. Entretanto, Klopp mais uma vez deu a volta por cima, terminando em 13º, mas livre da zona de rebaixamento.
E tudo isso nos leva a Merseyside, onde Klopp estava liderando os Reds em sua sétima temporada no comando. A venda de Sadio Mané, a insistência com elencos curtos e a queda de rendimento de veteranos - Henderson, Milner e Firmino, entre outros - foram fatores que deixaram o Liverpool aquém daquilo que podia entregar.
Assim, o já consagrado Castro assumiria um time em transformação, com dinheiro, mas sem forças aparentes para combater o gigante Manchester City - ou mesmo ser o principal competidor a eles dentro do Top Six.
Para ajeitar um pouco do elenco, foi feita a venda de Diogo Jota e trazidos Cody Gakpo, Gvardiol, Dumfries e Sosa, todos para compor o grupo; e as jovens estrelas britânicas Declan Rice e Jude Bellingham.
Enquanto isso, a confiança era no 11 titular deixado por Klopp, com a adição de Jude: Alisson, TAA, Konate, Virgil e Robertson; Fabinho, Bellingham e Thiago; Salah, Darwin e Diaz.
A estreia oficial na temporada não poderia ser mais promissora: 2x1 sobre o City e o título da Community Shield.
Todavia, o time não encaixou como se desejava ao longo dos meses seguintes: com poucas peças de reposição à altura do time titular, os principais jogadores chegaram a jogar oito partidas num mês. Nomes como Gakpo não trouxeram o efeito desejado - pior, o lado esquerdo, carente de Mané, não via opções viáveis para a parceria com Salah.
Na janela de verão, o Liverpool apostou alto nas mudanças: foram vendidos Luis Diaz, Keitá e Milner. Chegou Camavinga e houve a surpreendente contratação de Harry Kane, artilheiro do Tottenham e capitão da seleção inglesa - Kane que marcara os dois gols da eliminação dos Reds, dias antes, da Carabao Cup.
Pela Champions League, a classificação no grupo da morte foi suada, mas ainda invicta - 12 pontos num grupo com Milan, Porto e Atletico Madrid. Nas oitavas-de-final, vitória sobre a Atalanta, no agregado de 5x3; nas quartas-de-final contra o poderoso Bayern, 1x1 em Anfield e vitória simples na Baviera, para avançar às semifinais: nela, o temido Manchester City - e duas derrotas: 1x0 em casa e 2x1 no Etihad. Eliminação dolorida para o futuro vice-campeão europeu, derrotado semanas depois pelo Villarreal.
Na Premier League, o clube oscilou sempre entre 7º e 2° colocado - terminando lamentavelmente em 5°, fora da zona de classificação para a UCL do ano seguinte. Cambalido fisicamente, o time tentou até a última rodada, mas terminou com apenas 73 pontos (22V | 11E | 5D | 65GP | 40 GC), treze atrás dos Citizens e três atrás dos Red Devils, último classificado para a Champios. Na reta final, nem mesmo Salah sustentou a artilharia, terminando com 23 gols, dois atrás de Sterling.
Conformados com a classificação à Europa League, os Reds foram para a final da FA Cup com a missão de fechar o ano, ao menos, com a felicidade de mais um título. E foi possível: contra o Tottenham, 1x0, gol de Darwin Nuñez e explosão dos fãs em Wembley.
Foi uma temporada frustrante sim, esperava-se um título entre Premier League e Champions League - contentar-se com uma FA é pouco.
O artilheiro da temporada foi Mo Salah, com 31 tentos; o principal assistente, Jude Bellingham, com 16.
Num ano que Alisson e Salah jogaram 56 partidas cada, o próximo passo é dar um pouco de profundidade ao elenco, mas trazendo para isso jogadores de nível titular, para competir e brigar por posições.
A temporada 23-24 é de títulos ou nada, não haverá mais espaço para justificativas. Senão, os sons de "Klopp, comeback" serão mais escutados nas tribunas de Anfield.
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