Os acessos consecutivos na EFL colocaram o Pompey como um dos favoritos da Championship - mesmo chegando de divisões inferiores, o projeto sólido e a resiliência das disputas eram provas mais do que suficientes.
Com adversários fortes como Burnley, Brighton e Nottingham Forrest, a concorrência pela Premier League exigiria um elenco forte e experiente na divisão.
Em uma excelente visão da janela de free agents, Castro conseguiu convencer Jamie Vardy, Coquelin e Lindelof, por exemplo, a se juntarem ao clube. Junto com Mailand-Niles, eles formariam a espinha dorsal de um time já desenhado.
Priorizando os principais jogadores dos anos anteriores, Castro conseguiu formar um 4-2-3-1 interessante, explorando Bishop ainda na referência, usando Vardy como armador e a chegada do efetivado Charlie Patino na área.
O bom início mostrou que o acesso era possível - mas o título nem tanto - Brighton e Forest se mostraram bem superiores desde o início, e tranquilamente foram se isolando pelos dois acessos diretos.
Mesmo com o campeonato indo bem, novamente o time teve péssima performance nas Copas, ao contrário das metas estabelecidas: quedas precoces na Carabao (para o rival Southampton, 2x3) e na FA, diante do Charlton Athletic.
Oscilando entre terceira e sexta colocação até o inverno, chegara a janela de transferências. E um baque fortíssimo: o Brighton fez uma proposta para Dane Scarlett - que acabou vendido por pouco mais de £14,00MM. Com poucos dias de janela, as reposições vieram em volume, destacando Lucas Moura (sem clube), Cantwell e Akpom. E na mesma janela, muitos garotos com temporadas abaixo do esperado saíram para empréstimos curtos - como Jobe, Hutchinson e Cozier-Duberry.
E as notícias foram piorando...
O resumo é que o time, na segunda metade da temporada, tornou-se uma absoluta bagunça. Jogos perdidos de bobeira, Castro tentando diferentes esquemas em vão, jogadores se revezando com desempenho pífio - o vestiário borbulhava de tensão e o futuro de Castro à frente do Pompey era questionado por todos.
O desempenho do time ainda caiu vertiginosamente no segundo terço da temporada, exigindo mudanças radicais - desde a mudança do sistema tático até afastamentos do time principal: os mais chocantes foram Maitland-Niles (co-capitão do elenco), Coquelin e Vardy; mas além deles, Lindelof, Luizão, Whatmough, Ramsey, Lowery, William e Mullins.
Distante demais do acesso direto e com dez jogadores treinando afastados, Castro chamou três jovens de volta de empréstimos: Delgado, Cameron e Jenkins.
E aos poucos o time foi criando uma identidade, de raça e dedicação, em meio ao caos. Inclusive, impondo a primeira e única derrota do campeão Brighton, por 1x0, na trigésima sétima rodada.
Do time que iniciou o campeonato, como titular, apenas quatro jogadores (destacados) encerraram a campanha, que teve seu 11 final: Edwards; Lewis, Walters, Delgado e Cresswell; Bajcetic, Lucas Moura, Lane, Cantwell e M'Hand (Cameron); Bishop.
O Portsmouth encerrou a fase regular na terceira colocação, arrancando com 5 vitórias nas 6 últimas partidas, utilizando o time base descrito acima. Foram 84 pontos (27V e 16D), com 78 gols marcados e 58 gols sofridos.
O acesso agora apenas viria via play-offs: 4 times, mata-mata, 1 clube sobe. Nas semifinais, contra o Cardiff, empate por 1x1 em Gales e vitória por 1x0 em casa, gol de Cantwell nos acréscimos (um dos jogadores chegados na janela de inverno...)
A grande final, contra o Blackburn, em Wembley, foi absolutamente fantástica: derrota por boa parte do jogo, empate com Cantwell e a virada com Cameron (um dos jogadores retornados de empréstimo...) no segundo tempo da prorrogação. 2x1 e rumo à Premier League! Um final de temporada de matar o torcedor em casa!
As escolhas de Castro foram duras, polêmicas, quase levaram à ruptura do grupo - mas se provaram certas nos nomes que marcaram os gols decisivos. Um reforço e um menino para a história!
Pelo terceiro ano consecutivo, também se deve destacar Colby Bishop. O inglês novamente jogou todas as 46 partidas da temporada regular e novamente liderou o clube em gols (28 totais, sendo 25 na liga e vice-artilharia) e em assistências (14 totais, liderando a Championship no critério).
Não foi uma temporada dos sonhos, não foi uma campanha de se orgulhar ou impecável. Mas foi uma reconstrução de caráter e uma mostra de que a direção de Castro tem a confiança da diretoria e de toda a torcida. O treinador reconstruiu o grupo, que teve rebeldes, insubordinados e saídas indesejadas - com gente disposta, motivada e garotos com um caráter impecável.
O clube, em meio a tudo, subiu incrivelmente de patamar financeiro, devido ao resultado esportivo: lucro de £108,94MM (+£158,76MM x - 49,82MM) e projeção de valor geral para £138,93MM.
A Premier League é logo aí e muito trabalho precisa ser feito. Uma coisa apenas é fato: a história está sendo reescrita e o Pompey volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído!
In Pompey We Trust - Again!
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