Maradona. Depois da saída do maior ídolo, no começo da década de 1990 após anos de glórias, o clube caiu em desgraça até chegar à falência. O renascimento até a chegada a Champions League seguem nas próximas linhas, guiadas pelo grito de 60.000 pessoas num San Paolo fervendo.
A chegada de Maradona mudou a vida do clube. Embora tradicional, a equipe napolitana era considerada pequena. Seus troféus resumiam-se a títulos nas divisões inferiores e a duas conquistas na Copa da Itália. Maradona, assim, foi logo amado como um ídolo deve ser. “Fiz o que me recomendaram. Falei "Buona sera, napolitani. Sono molto felice di essere con voi" e chutei a bola nas arquibancadas. Eles deliravam e eu não entendia nada”, em sua chegada ao estádio San Paolo. Após a adaptação e a chegada de Careca – melhor atacante brasileiro da década de 1980, além de coadjuvantes como Alemão e Ciro Ferrara, o clube firmou-se entre os principais da Itália: dois Campeonatos Italianos (86/87 e 89/90), uma Copa da Itália (86/87) e uma Supercopa da Itália (1990), além da Copa da UEFA de 1989/90. No entanto, o doping do gênio argentino acarretou sua expulsão do clube e deflagrou uma crise financeira plantada nas fundações de San Paolo.
As crises e o sobe e desce nas divisões italianas culminou com a falência da instituição em 2004. Graças ao aparecimento de um mecenas, o produtor cinematográfico Aurelio de Laurentiis, o time ressurgiu, agora com um outro nome, Napoli Soccer, devido a problemas legais. De Laurentiis não queria deixar a cidade de Nápoles sem um time de futebol. Sem seu time de futebol. Apesar dos problemas nas divisões menores, o clube permaneceu como um dos mais populares da Itália e quebrou o recorde de público da Série C/1, levando 51 mil torcedores a uma partida. Apenas em maio de 2006, o nome do clube voltou a ser Società Sportiva Calcio Napoli. E em 2007, chega a acesso para a 1ª divisão do Calcio.
Após tanto drama, o Napoli pela primeira vez disputa a UEFA Champions League (nesse formato). Por falta de sorte, caiu no grupo como azarão ao lado do gigante Bayern de Munique e do emergente Manchester City. Os comandados de Walter Mazzarri têm a árdua missão de tentar a classificação para a próxima fase. No entanto, independente de eventual conquista, já fez belo papel no duelo contra os citizens num San Paolo abarrotado e apaixonado. Cavani fez os dois gols de uma vitória épica. O City tentou com poderio máximo avançar sobre as trincheiras napolitanas, cujos jogadores defenderam durante os 90 minutos com muita garra. Motivados por um estádio que não deixou de gritar um minuto, foi a vitória de um espírito encarnado por uma equipe que tenta resgatar e revigorar as histórias vencedoras de quase três décadas atrás.
Por fim, não há como deixar de comentar sobre o trio principal do time, alguns coadjuvantes e seu comandante. No Napoli desde 2009, Mazzarri é responsável pela formação deste elenco e tem grandes méritos por ousar com um esquema (hoje inusitado na Europa) com três zagueiros. Paolo Cannavaro, irmão menos famoso do capitão da Azzura no título de 2006, comanda a defesa ao lado do experiente e arrojado goleiro De Sanctis. O grande destaque, entretanto, é do trio Lavezzi – Hamsik – Cavani. O “El Pocho”, o primeiro, é argentino e indicado pelo próprio Maradona como seu sucessor; Marek Hamsik é eslovaco e desde 2007 carrega a camisa 17 do clube, sendo o principal responsável pela armação das jogadas; fechando o trio, o uruguaio Edinson Cavani, principal artilheiro da equipe e símbolo dos jogos decisivos.
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