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segunda-feira, 23 de maio de 2022

O caótico Arsenal de 2021/2022

É até complicado ter uma opinião formada sobre essa temporada, 2021/2022; altos e baixos, ilusões, frustrações, sonho com Champions e fim na Europa League.

Se nos perguntassem, após as três primeiras rodadas da Premier League, a expectativa era de - no máximo - manutenção do oitavo lugar. Reforços questionáveis, três derrotas dolorosas, projeto praticamente fracassado.

Ao longo da perna inicial da temporada, entretando, foi nascendo uma ilusão. Ramsdale se provou ótimo goleiro, a defesa acertou com Tomi/White/Magalhães/Tierney, Odegaard assumiu o protagonismo das ações, Saka pouco se abalou pelo resultado da Eurocopa e ESR e Martinelli foram de promessas a realidades, assumindo papéis relevantes na equipe.

No entanto, veio a questão Aubameyang - o desgaste do capitão do time, junto ao técnico Arteta, se alongou por meses e culminou na entrega, em bandeja de ouro, do gabonês ao Barcelona. 

Sem seu líder técnico e capitão - por mais que pouco exercesse a função, o ataque ficou carente de uma peça decisiva. Ao longo dos cinco meses seguintes, viu-se um revezamento entre Lacazette e Nketiah que, entre brilhos aqui e ali, não trouxe o poder de fogo que historicamente vemos no ataque gooner (Henry, Van Persie, etc).

Contratações tampouco foram feitas, preservando o dinheiro para o verão seguinte e confiando que o elenco, com apenas dezessete partidas pela frente, após o fechamento da janela, aguentaria o tranco.

Entretanto, sabidamente o elenco era mais curto do que parecia. 

Pepe nunca se tornou uma opção confiável, Lokonga sentiu o peso da liga em seu primeiro ano, assim como Nuno Tavares.

Tierney lesionou-se, assim como Partey. Peças que recorrentemente estão no DM e sem backup adequado. Ainda mais depois da lesão de Tomiyasu, o time se viu sem três titulares fundamentais para a caminhada rumo à Champions League.

Após cinco temporadas, parecia que daria certo. Aos trancos e barrancos, com Cedric, Nuno, Elneny e Nketiah, o time se manteve firme no quarto lugar. Perdeu para os dois contendores ao título, mas bateu West Ham e Chelsea fora de casa e triturou o United dentro de nossos domínios.

Entretanto, cedeu ao Tottenham, no jogo mais esperado da temporada. Nervosa, a equipe teve uma atuação ainda apática e o 3x0 ficou barato. Mesmo assim, dependia das próprias pernas...

E foi contra o Newcastle que o ano acabou; o time conseguiu uma atuação mais vergonhosa ainda que da semana anterior e foi amassado pelo novo rico da Premier League.

Todo mundo se iludiu - Arteta, elenco, torcida. 

Não terminamos num famigerado oitavo lugar, mas tampouco chegamos aonde tínhamos total condição de ter chegado. Acabamos voltando à Europa, mas no segundo escalão.

Talvez o escalão em que estamos hoje mesmo.

Edu e Arteta erraram muito ao longo do ano; diga-se de passagem que parece sim que há um projeto, uma reformulação, um caminho.

Todavia, a paciência está no limite. O Arsenal é grande, top three da Inglaterra historicamente, ao passo que é visto encolhendo e sendo julgado por muitos até fora de um top six.

Arteta recebeu a renovação e tem carta branca para continuar o projeto e construir um novo legado, inexistente desde o fim da Era Wenger.

Este verão é decisivo para saber o patamar de reforços que este projeto conseguirá alcançar. Há dinheiro, há discurso, mas há realidade em 2022/2023?

Fala-se em Gabriel Jesus, Tielemans, Hickey. Ainda temos Saliba, melhor zagueiro da Ligue 1, podendo retornar de empréstimo e se tornar peça-chave.

Arteta tem mais uma temporada para recolocar o Arsenal na UEFA Champions League ou acredito que teremos um novo rebuild pela frente em 2023/2024.

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