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sábado, 26 de novembro de 2011

Dossiê 2014 - O Investidor pt.II

Como já apresentado, os investimentos diretos se referem, basicamente, à construção de arenas e/ou estádios onde se desenvolverão, de fato, os jogos. Projetos caros, que variam de R$320mi a R$1bi tem diferentes tipos de investidores - o governo estadual, o investidor privado ou, mais recorrente na atualidade, ambos - o que define o modelo PPP (Parceria Público-Privada).

*Definição: A parceria público-privada constitui modalidade de contratação em que os entes públicos e as organizações privadas, mediante o compartilhamento de riscos e com financiamento obtido pelo setor privado, assumem a realização de serviços ou empreendimentos públicos. As quatro principais regras para o setor privado num esquema de PPP são: Providenciar capital adicional; Fornecer capacidades alternativas de gestão e implementação; Acrescentar valor ao consumidor e ao público em geral; Melhorar a identificação das necessidades e a otimização dos recursos.*

Hoje, para a Copa do Mundo, cinco arenas estão sendo executadas no modelo descrito, sendo: Mineirão (MG), Castelão (CE), Dunas (RN), Fonte Nova (BA) e São Lourenço (PE).

A maior questão para investidor em potencial, que pensa em entrar para uma parceria do tipo, é se o negócio será rentável e viável economicamente no pós-Copa. Estudos apontam que um payback desejável gira em torno de 42-78 milhões em 10 anos. No entanto, não é necessário muito conhecimento técnico para entender que é impossível se pagar apenas com receitas de jogos - no Brasileirão, nos últimos seis anos a melhor média de público foi em 2009, com 17.807 pessoas; em 2010, 14.800 apenas; considerando R$30 o ingresso médio, são quase R$600.000 de renda bruta por jogo e R$10mi por ano - nem 25% do mínimo previsto. A expectativa de geração de receitas agregadas também não é viabilizável - pensando que o aluguel para um show no Morumbi pode atingir 2,5mi, ainda precisaria-se de cerca de 15 aluguéis por temporada.

Deste modo podemos concluir com poucas informações que o investimentos em estádios de futebol tende a ser um mal negócio a médio prazo - pensando em longo prazo, talvez se esperar o payback por 20 ou 30 anos, torne-se interessante. Isso implica que modelos PPP para a Copa são moldados para muito tempo: a Nova Fonte Nova, futuro estádio do Bahia, teve o modelo celebrado entre o Estado e consórcio OAS/Odebrecht por uma exploração de 35 anos.

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Daqui pra frente falaremos mais dos estádios. Introduziremos o conceito de sustentabilidade de construções, a certificação LEED e abordaremos cada um dos 12 estádios da Copa do Mundo de 2014.

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