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sexta-feira, 20 de abril de 2012

A esperança operária há 88 anos no nosso sangue

Em dia de jogo, as travessas que cercam o Estádio Conde Rodolfo Crespi se vêem repletas de camisetas grenás, exaltando seu orgulho pelo bairro ou pela Casa Nostra - daqui a pouco tem jogo do Juve, porra! O clima, a confraternização, o cheiro de Javari se espalha pela Mooca. Tem gente, claro, que vem a turismo, pra conhecer - e acho isso fantástico - onde mais senão na Javari, templo do futebol dos anos passados, que guarda em si a história mais pura do nosso futebol. Mas tem gente que espera a semana toda, conta as horas, fica ansioso pra mais 90' de história, que se pega cantarolando "E Dale Dale Juventuuus, E Dale Dale Juventuuus, Dale Juve, Dale Juve..."; e pra esses que escrevo as linhas abaixo.


Há 88 anos nascia o clube que nos faz refém de uma paixão que não se explica, de um sentimento maior, de uma esperança e um orgulho sem fim. A 20 de Abril de 1924 era fundado o Clube Atlético Juventus.




Operários imigrantes do Cotonifício fizeram da sua distração perante os desmandos e sofrimentos o alimento da alma grená. Com uma camisa desbotada, iam ao campo da Alameda Javry com a mesma fé que os trouxeram ao país em busca de uma vida melhor. De origem operária, o juventino mantém as raízes e a tradição e se apega ao seu sentimento, apoiando irrestritamente aqueles que a cada vez vestem nossas cores, não importa quem ou onde.


O apelido, Moleque Travesso, surgiu nos áureos tempos de presença constante na 1ª divisão, quando se arrastava contra os 'pequenos' e derrubava os 'grandes'. Mas desde o título de 2007, o jogo mudou. Da elite passamos ao ostracismo. Das travessuras aos rebaixamentos. E estranho ao seu redor, o tempo parou e o time não mais reagiu. 2012 parece ser a volta, o ressurgimento. Tomara...


No entanto, eu sinto que desde que as nuvens negras se abateram sobre a Javari, viu-se quem era quem - alguns foram e outros ficaram. E os que ficaram, cada dia mais envolvidos pelo 'clube do bairro', promoveram uma união, uma simbiose clube - time - torcida que jamais lugar nenhum viu. Nem verá. Aqui é diferente. E só.


Uma torcida que não para de cantar, de apoiar, de sofrer. Que fica agoniado com os rumos, que projeta os resultados de um jogo no seu dia-a-dia, fazendo do seu humor função direta do time. Inexplicável. Uma torcida que vai ao encontro do seu time querendo sangue, suor e raça - literalmente. O que mais importa é mostrar que se importa, que sabe o peso da sua camisa, que olhe pro escudo e o reverencie.


São 88 anos de histórias, de ídolos, de conquistas, de tropeços. De travessuras. E após tanto tempo, a vida é a mesma daqueles que sonhavam com uma vida melhor, abraçados à esperança e a sua família. Pensa bem, nada mudou. Os valores acima de tudo, a cabeça erguida, o orgulho da sua origem. Pra ser juventino não basta querer. Tem que ser e sentir.Pelo manto, pela honra, parabéns Juventus por mais um aniversário. Comemoraremos vários outros e, tenha certeza, estaremos ao seu lado pro que der e vier.

Ao Moleque Travesso, de tantas alegrias, parabéns.
Aos amigos juventinos e à trupe inseparável, nos vemos na Javari.
Aos ídolos, vivos ou mortos, muito obrigado.

2 comentários:

  1. Belo texto, Bola pro Mato !!!
    Forza Juve Mio !!!

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  2. Perfeita descrição de ser juventino .
    Aliás , " Moóca é Moóca " , " Juventus é Juventus " e " Bola pro Mato é Bola pro Mato " .
    Continuem sendo este blog ¨apenas diferenciado " e que a nossa trupe continue crescendo .
    Parabéns a todos juventinos de verdade .

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