Pela via inversa do significado religioso da Páscoa, muitos dos costumes ligados ao período se originam em festivais pagãos.
E nada mais pagão que nossos rituais juventinos. Cantando, alentando. Juntando-se inocentemente à luta em troca da entrega incondicional de 11 guerreiros. Ou não, vivendo e morrendo apenas pela camiseta surrada de suor e sangue.
Orando a Clóvis e Pando em meio a tantos outros, o politeísmo é a escapatória para que intercedam pelo nosso futuro junto aos outros Deuses do Futebol. Desde 1924.
E como a relação com os Deuses é sempre pessoal e direta, a ideia de uma afronta à divindade é tratada também pessoalmente.
Seja talvez por isso, por profanarem os Deuses e sua casa, Templo sagrado no distrito da Mooca, deu-se reação - a travessura se virou contra o travesso.
Assim, bem na data em que chega a 90 anos de vida, o Juventus passa dos períodos mais tristes de sua história - bem como sem sua torcida poder cumprir os tais rituais, já que não disputamos mais nada em data de plena festa.
A glória estagnou-se no passado, marcados por travessuras e causos incontáveis. O presente se faz necessário, apesar do desejo de pular os anos de inferno e surgir, como num passe de mágica, novamente na primeira divisão.
Esta que é o seu lugar. Mesmo oprimido pelos maiores e mais ricos. Mesmo brigando para que sua casa possa ser, humildemente, palco de novas travessuras. Onde o mítico pode acontecer.
Virá nossa ressureição. E o escudo grená, como a flor de lis branca fez um dia, reinará sobre o esporte do povo. Operário e honrado, para onde é o nosso lugar. Com o estilingue e a bola de capotão, o futebol de verdade. Voltaremos!
Parabéns, Moleque. Seguimos ao teu lado. Per sempre. #Forzajuve
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