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sábado, 19 de abril de 2014

90

Pela via inversa do significado religioso da Páscoa, muitos dos costumes ligados ao período se originam em festivais pagãos.

E nada mais pagão que nossos rituais juventinos. Cantando, alentando. Juntando-se inocentemente à luta em troca da entrega incondicional de 11 guerreiros. Ou não, vivendo e morrendo apenas pela camiseta surrada de suor e sangue.

Orando a Clóvis e Pando em meio a tantos outros, o politeísmo é a escapatória para que intercedam pelo nosso futuro junto aos outros Deuses do Futebol. Desde 1924.

E como a relação com os Deuses é sempre pessoal e direta, a ideia de uma afronta à divindade é tratada também pessoalmente.

Seja talvez por isso, por profanarem os Deuses e sua casa, Templo sagrado no distrito da Mooca, deu-se reação - a travessura se virou contra o travesso.

Assim, bem na data em que chega a 90 anos de vida, o Juventus passa dos períodos mais tristes de sua história - bem como sem sua torcida poder cumprir os tais rituais, já que não disputamos mais nada em data de plena festa.

A glória estagnou-se no passado, marcados por travessuras e causos incontáveis. O presente se faz necessário, apesar do desejo de pular os anos de inferno e surgir, como num passe de mágica, novamente na primeira divisão.

Esta que é o seu lugar. Mesmo oprimido pelos maiores e mais ricos. Mesmo brigando para que sua casa possa ser, humildemente, palco de novas travessuras. Onde o mítico pode acontecer.

Virá nossa ressureição. E o escudo grená, como a flor de lis branca fez um dia, reinará sobre o esporte do povo. Operário e honrado, para onde é o nosso lugar. Com o estilingue e a bola de capotão, o futebol de verdade. Voltaremos!

Parabéns, Moleque. Seguimos ao teu lado. Per sempre. #Forzajuve

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