Neste domingo, dois respeitáveis senhores, um com 100 e o outro com mais de 90 anos de idade, se reencontrarão no histórico Vale do Paraíba. O encontro acontecerá no aconchegante estádio Joaquim Morais Filho, para reviver uma vez mais o embate entre Esporte Clube Taubaté versus Clube Atlético Juventus. Um clássico, carinhosamente chamado de O MOLEQUE E O BURRO, em alusão à alguma fábula do parnasianismo ou simplesmente, Burro contra Juve.
Será a quadragésima segunda vez desde o primeiro confronto naquela gélida tarde de domingo em agosto de 1956, ano que o Juventus retornava à elite do futebol paulista, após o sofrido e conturbado descenso em 1954, mesmo ano em que o Burro ascendeu à divisão principal ao sagrar-se campeão da Primeira Divisão (atual A2). O cotejo inaugural terminou com “score” favorável ao Taubaté em 3 tentos contra 1, em seus domínios.
De lá para cá, a vantagem nos confrontos tornou-se favorável à agremiação mooquense, com 16 vitórias, 16 empates e 9 derrotas.
Assisti a esse clássico pela primeira vez em 1961, uma das primeiras vitórias juventinas que presenciei, conquistada a duras penas. Aquela árdua disputa em um campo enlameado marcou na minha memória de garoto de seis anos, o contraste da malha grená e a camiseta com listras horizontais azuis e brancas, hoje chamada “zebrada”, e que, lamentavelmente, foi abandonada pelo Burro da Central.
Nestes cinquenta e oito anos, as equipes ficaram largos períodos sem se enfrentarem, passando haver maior frequência e constância apenas a partir de 2004. Nos últimos 10 anos, ocorreram 15 confrontos, tanto por campeonatos paulistas A2 e A3 como pela Copa Paulista. Foram 7 vitórias juventinas, 1 vitória do Burro, e 7 empates. Os últimos 4 encontros (3 em Taubaté e 1 na Javari) terminaram empatados.
De minha parte, torço por um grande confronto em campo, já que os dois tem demonstrado claramente suas aspirações a um lugar ao Sol, dentre as equipes TOP 40 do futebol paulista. Quanto às torcidas, já se comprovou nos últimos anos que a convivência tem sido amigável tanto no Vale como na Mooca, levando inclusive a cenas inusitadas como a ocorrida em 2012 na Rua Javari, quando as duas torcidas se uniram para protestar contra o então técnico do Burro e ex-comandante do Juventus. O fato é que muito respeito impera entre as duas fanáticas hostes.
Escrito por Sergio Valdez Agarelli, promotor de assuntos místicos e contador de causos juventinos
ÓTIMA E INSTRUTIVA CRÔNICA!
ResponderExcluirOTAVIO LIBERDADE