Os problemas devem ser gigantes em New Orleans para a temporada de 2021/2022. É o que indica e muito as movimentações de off season. O New Orleans Saints apostou pesado em ocupar seu cap space (o famoso teto salarial imposto pela NFL) para montagem do elenco nos últimos anos, tentando formar uma equipe competitiva para o término da carreira de Drew Brees e a busca pelo segundo anel da franquia.
Infelizmente, o time morreu na praia (ou nos playoffs, propriamente dito) dolorosamente nestas temporadas passadas. Vikings nos últimos segundos, Rams com uma interferência clara não marcada e Bucs após duas sonoras vitórias na temporada regular sobre o futuro campeão.
Estrelas emergentes ganharam salários impactantes para a liga, casos de Michael Thomas e Alvin Kamara e isso não resultou em título.
Agora, com contratos precisando ser reestruturados e jovens estrelas querendo contratos semelhantes ao companheiros do parágrafo acima, além da dúvida sobre Drew Brees, colocam o GM e o Coach Sean Payton contra a parede.
Alguns atletas que tiveram queda significativa de desempenho já deixaram o vestiário, casos de Hill, Cook e Morstead, esse último um jogador histórico da franquia. Brees abriu mão de 25 milhões de dólares nas últimas semanas. E mesmo assim, a franquia está muito acima do teto permitido - isso que renovações como de Marcus Willians não aconteceram. Vamos tentar ir por posições, fraquezas e pensar no que pode ser feito.
Resumo:
> Prioridades na renovação: Marcus Williams e Jameis Winston
> Prioridades no draft: linebacker e wide receiver, nessa ordem
> Prioridades na free agency: cornerback e linebacker (entre 26 e 29 anos)
> Surpresa: troca de Michael Thomas
QB: Brees deve aposentar, é a tendência. Salário rebaixado, contrato de comentarista pronto. E, friamente, é necessário. A franquia precisa seguir em frente, ser reestruturada. Não será possível realizar o sonho de ver o eterno camisa 9 em campo, infelizmente. Taysom Hill recebeu um contrato surreal ano passado, teve chances como playcaller titular, porém a titularidade é muito para o talento real que apresentou: leituras lentas, protegendo pouco a bola e com braço forte porém impreciso; pode e deve continuar sendo um canivete suiço, para jogadas esporádicas. Fala-se muito de Watson e Wilson querendo trocas, mas sem espaço salarial, não me parecem alternativas factíveis para o atual momento. A solução é numa aposta "caseira", modelando Jameis Winston como titular: uma aposta arriscada pelo histórico do atleta; porém encaixa no sistema salarial e já liderou a liga em jardas com a jersey do Buccaneers.
WR: Depois de uma temporada histórica, lesões provaram que "actually, you can guard Mike". Maldosamente chamado por muitos como slant receiver, pelas rotas curtas que costuma fazer, jogou mal fisica e tecnicamente em 2020/2021. Com um salário maior que todos os demais receivers juntos, Mike lidera um corpo instável de recebedores. Sanders ganhou solidez, mas foi alvo poucas vezes pelo tamanho que tinha; os outros, muito jovens, não corresponderam. Se Tre'Quan Smith ficar saudável, é um caminho interessante. Porém aqui é uma posição na qual free agency e draft serão fundamentais. Winston convivia com Evans e Godwin para obter tal marca no rival de divisão - algo menos que isso, é perigoso. Aqui imagino uma surpresa: para aliviar o teto salarial, e pelo comportamento no último ano, Michael Thomas terá ventilado seu nome para trocas.
TE: Cook e Hill fora. Adam Trautman ganhou muito espaço e deve ser o starter na próxima temporada. Há fortes boatos de algum nome experiente que pode chegar, como Delanie Walker. Desnecessário porém. Apostaria no garoto.
RB: Kamara é o grande nome do ataque. Murray foi sólido quando requisitado, com corridas "0", pelo meio da linha ofensiva, com mais força. Não acredito numa mudança aqui, ao menos que Mark Ingram, dispensado pelos Ravens, tope um contrato mais barato que Latavius - caso no qual este seria dispensado.
OL: setor sólido da equipe, precisa ter seus titulares mantidos. Armstead e Ramczyk vão para seus últimos anos de contrato, altos, mas previstos. Com Nick Easton dispensado, o talento é restrito e deve ser ocupado por contratos reestruturados ou draft. Cesar Ruiz, primeira escolha no ano passado, deve ficar de vez no time titular.
DL: posição brilhante da equipe, sustentação da defesa. A grande tarefa aqui é reassinar Trey Hendrickson, líder de sacks da equipe e um dos primeiros da NFL no último ano. Talvez o setor mais profundo em termos de elenco também, tem contratos longos e sólidos para 2021/2022.
LB: Demarius Davis. É o linebacker do elenco. O corpo fraco da posição fez Sean Payton optar por um sistema 4/2/5 ano passado, inserindo muitas vezes Malcom Jenkins na posição. Baun ainda não entregou potencial total, Anzalone erra muito, Alexander deve ser caro... um jovem linebacker talvez seja o maior alvo para o draft. Ano passado a expectativa era draftar Patrick Queen na primeira rodada, plano frustrado com a vinda de Cesar Ruiz - o jovem foi titular na defesa dos Ravens, até ator de big plays interessantes.
CB: Lattimore precisa de ajuda. Em seu último ano de contrato de rookie, será um problema em 2022/2023. Agora, é um corpo com muitos atletas mas pouca qualidade. Janoris Jenkins, segundo homem forte, está com idade avançando e isso pode gerar dúvidas na comissão técnica. É importante demais observar a free agency ou tentar uma boa troca - mas sem trazer um Eli Apple, por favor.
SS/FS: a prioridade é renovar Marcus Willians, que não será barato. Malcom deve seguir, pela liderança exercida e constância em nível e snaps jogados e Gardner-Johnson pela energia. Manter o trio é a garantia de uma secundária capaz de big plays.
ST: Morstead, após 12 anos, está fora, caiu muito de desempenho. Will Lutz deve seguir como kicker principal, apesar das quedas de eficiência também. Acredito que o espaço será preenchido por jovens do atual elenco, final de draft ou mesmo undrafted players.
#WhoDat
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