Voltamos a contar um pouquinho do futebol e da arte ou da história de uma cidade. Depois de Barcelona (aqui), vamos falar um pouquinho de Valencia. Da cidade famosa em todo o mundo pela melhor paella da Espanha - arroz feito com mexilhões, lagosta, gambas, frango, porco, linguiças com pimenta, açafrão e vinho. Da cidade berço de El Cid, lendário herói espanhol. Da cidade onde lutou-se contra os Mouros e onde ainda hoje há muitas festividades populares que celebram a batalha. Para a arte, Santiago Calatrava; para o futebol, dois caras que não nasceram na cidade, mas que se projetaram vestindo a camisa do clube local - David Silva e David Villa.
Nos anos 1990, a visão humanística de unidade entre arte e ciência em arquitetura parecia perdida. Tecnologia e cultura eram interpretadas campos opostos. Um dos homens que lideraram uma espécie de vanguarda baseada na racionalidade e poesia, que visavam a retomar tais características até antagônicas, foi o espanhol Santiago Calatrava, arquiteto, engenheiro, artista, visionário. Superando o abismo entre as grandes áreas do conhecimento, incorporou a sua obra aspectos sociais e culturais únicos, além de conjugar inovações à história do design, propensa a indagar a relação entre estrutura e movimento – projetos, a priori, de caráter utópico. Nascido próximo de Valencia, em 28 de julho de 1951, Santiago Pevsner Calatrava Vall estudou arquitetura na Espanha e fez cursos de pós graduação em urbanismo e em engenharia civil. O partido de seus projetos é considerado único e altamente influente. Não se estabelece um perfil da arquitetura de Calatrava devido a sua complexidade e heterodoxia irredutíveis a fórmulas que combina uma presença visual marcante com conhecimentos tecnológicos sólidos. Frequentemente inspirado por formas orgânicas, seus trabalhos elevaram o desenho de certas obras de engenharia para novos patamares. Inspira-se primordialmente nos seres da natureza (antropomórficos, harmonias e equilíbrios dos esqueletos ou das formas naturais, articulações-rótulas, tendões-cabos). Arrojadas soluções técnicas usando materiais tais como o aço e o vidro - criando uma síntese da luz, do espaço, do material, da forma e da estrutura são marcantes. Calatrava também evidencia o movimento das forças que animam as construções. Introduz soluções móveis e configurações dinâmicas, assimétricas. Talvez por isso seja classificado como um dos mais ativos estruturistas contemporâneos. Em sua curta trajetória, já tem obras suficientemente importantes para ser reconhecido um dos maiores arquitetos da história.
David Josué Jiménez Silva, ou David Silva é um dos jogadores em mais alto nível do futebol mundial. Ele chegou ao Valencia com apenas 13 anos, com o auxílio de seu pai, que era um dos seguranças do estádio Mestalla, casa do Valencia. Com apenas 16 anos, “El pony” já integrava a base da seleção espanhola. Atuou pelas cinco seleções de base do país e marcou por todas; chegou a profissional com apenas 20 anos, integrando o elenco campeão europeu e mundial. Silva se consolidou em 2006 como o principal jogador do time ao lado de David Villa, deixando 21 gols em 119 jogos. Tanto talento foi comprado pelo Manchester City por 28,7 milhões de euros; dinheiro muito bem gasto, uma vez que Silva se tornou titular absoluto e um dos líderes dos citizens em pouco tempo.
O asturiano David Villa Sánchez é o camisa 7 da melhor equipe do mundo, artilheiro máximo da seleção espanhola e campeão do mundo. Nada mal para quem jogava no Sporting B há 12 anos. Pelo clube valenciano foram 215 jogos e 129 gols antes de chamar a atenção dos catalães, que pagaram 40 milhões de euros por seu futebol. Considerado pela imprensa espanhola o sucessor de Raúl na Seleção, em 2008, na primeira competição em dez anos sem o atacante blanco, sagrou-se campeão europeu com a Espanha, terminando como artilheiro do torneio, ganhando a Chuteira de Ouro. No fim do ano, ficou em 7º na disputa pelo prêmio da Bola de Ouro, da revista France Football e em 9º como o melhor jogador do ano pela FIFA. A consagração veio na Copa do Mundo com o primeiro título da história do país e sendo um dos maiores responsáveis por isso com seus cinco gols. No dia 12 de outubro de 2010, ao marcar o primeiro gol da sua seleção na vitória por 3 a 2 sobre Escócia, chegou à marca dos 44 gols, igualando Raúl González como maior artilheiro da história da Seleção Espanhola. Outro ponto alto foi o golaço que marcou sobre o Manchester United na final da última UCL, terceiro da vitória e título catalão.
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