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quinta-feira, 16 de abril de 2020

Lá da terrinha...

No decorrer do ano de 2021, Castro foi convidado a dirigir a seleção portuguesa de futebol. O treinador, que seria campeão da Premier League ao final da temporada, prontamente aceitou. Com poucos amistosos para organizar uma seleção com tanto potencial, o trabalho foi implementar um esquema tático pouco complexo e lastrear-se nas grandes estrelas.

Capitaneado obviamente por Cristiano Ronaldo, um dos maiores jogadores da atualidade, Portugal ainda apresentava o prodígio João Felix, Ruben Neves, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, entre tantos outros craques.

Os amistosos não foram páreos para a equipe. Adversários fracos, goleados retumbantes. 6x0, 4x0 e por aí vai. Com apenas seis jogos de preparação, chegara a hora da Copa do Mundo.

E como toda a estreia, tensa. Entretanto, a tensão não se esvaziou após os primeiros minutos de bola rolando. E pelo contrário, a vitória veio suada, contra a fraca seleção australiana, apenas 1x0. Os desempenhos muito abaixo da média levaram parte da crítica ao delírio, culpando Castro - apesar da vitória - pelo fraco desempenho.

Refletindo tamanha pressão no grupo, e este fechado com seu jovem treinador, Portugal entrou com uma postura diferente no segundo jogo, contra a Colômbia. Deixando de lado a displicência da estreia, o time entrou concentrado, focado para uma boa exibição. Entretanto, a seleção colombiana adentrou mais agressiva ainda em campo. Num 4-1-4-1 quase suicida, os colombianos pressionavam ferozmente a saída de bola, que sempre começava com Rui Patrício no gol. Não conseguindo deixar os lusitanos ultrapassarem o meio-campo, o time sulamericano subiu ainda mais suas linhas. E, nesta deixa, em dois contra-ataques únicos e bem-sucedidos, Cristiano Ronaldo colocou dois gols no placar. A vantagem ainda acomodou o time, que viu a Colômbia descontar em uma saída de bola errada. Mas, no final das contas, 2x1.

Já classificado, Castro colocou o time reserva diante da modesta Noruega. Liderada por seu centroavante no Notts County - Erling Häland - a equipe nórdica não ofereceu muitos perigos. E, assim, foi presa tranquila para um 2x0, em partida inspirada de Gelson Martins, com um gol e assistência para tento de Diego Jota.

~ Gelson foi a grande surpresa da Copa ~
Após 9 pontos em 3 partidas, esperava-se um adversário ao menos mediano pelas oitavas-de-final. Entretanto, o futebol providenciou Portugal x Argentina, o clássico duelo CR7 x Messi. Em um jogo absolutamente parelho, a Argentina abriu o placar apenas aos 80' de jogo. O jogo era equilibrado até então, mas o melhor em campo mesmo assim era Rulli, guarda-metas portenho. Quase que em desespero, Castro apontou com Gelson Martins logo após o gol sofrido - mal sabia ele que nascia o novo talismã português. Em jogada individual, o habilidoso ponta-esquerda rolou para Bruno Fernandes, que assistiu João Félix para empatar o placar aos 84'. Após o gol, cansadas e receosas, as equipes esperaram até o apito final contando com os minutos adicionais da prorrogação. E, logo no início, aos 4' de tempo-extra, novamente Gelson fez a jogada e novamente Félix marcou. 2x1 e classificação.

As quartas-de-final reservaram o encontro com mais uma favorita - França, que simplesmente amassou o time ibérico na primeira etapa. Sem conseguir trocar um passe e agradecendo a cada defesa de Rui Patrício, os portugueses saíram para o intervalo até no lucro, com a derrota parcial de 0x1. Castro novamente recorreu a Gelson para tentar mudar o jogo já que, no retorno à segunda etapa, poucas chances foram criadas. Aos 66' em seu primeiro lance, encontrou Raphael Guerreiro que fuzilou para os fundos das redes. O gol, todavia, não foi um banho de água fria aos franceses, que retomaram a dianteira aos 74' com Martial. E mais uma vez, como num jogo de tênis, Portugal buscou o empate com Gelson aos 80' e não cedeu o "set point". Assim como contra a Argentina, fora momento de ambas se resguardarem para prorrogação - entretanto, num lance fortuito, Bernardo Silva alçou uma despretensiosa bola na área e encontrou o melhor do mundo, Cristiano Ronaldo, para o gol da vitória. 3x2.

Após tantos obstáculos, a semifinal entre Portugal e Alemanha era carregada de temor. Fisicamente, Portugal era esperado com condições físicas críticas, dadas as batalhas já citadas. Os alemães, por sua vez, tinham tido um caminho suave e contavam com estrelas em todos os setores do campo. Surpreendentemente, os portugueses foram um rolo compressor nos primeiros quarenta e cinco minutos. Com dois gols de Cristiano Ronaldo, o placar se estabeleceu muito cedo e trouxe paz à equipe. Mesmo um péssimo segundo tempo da equipe, que sofreu cedo o gol de desconto, não tirou a vaga à final da Copa do Mundo. 2x1.

E finalmente no dia 17/06/2022, às 20:45, o árbitro apitou o início da final, entre Portugal e Inglaterra. Portugal entrara em campo com: Rui Patrício; João Cancelo, Leite, Dias e Guerreiro; Danilo Pereira, Ruben Neves e Bruno Fernandes; Bernardo Silva, João Félix e Cristiano Ronaldo.

Ironicamente, Castro chegava à desejada final justamente contra o país que o acolheu e onde fizera história com o Notts County. Tablóides londrinos julgavam-no como um traidor à pátria, notadamente apoiados por torcedores das grandes equipes. Em contrapartida, a cidade de Nottingham se dividia e, em alguns pequenos estabelecimentos e comércios, via-se faixas de suporte ao revolucionador treinador. Assim como o Meadow Lane, absolutamente cheio e repleto de telões, ficou dividido.

O jogo foi muito duro. Recheado de faltas e intervenções da arbitragem, o jogo em si não fez jus à grandeza do espetáculo. Menos arte e mais objetividade das duas equipes, talvez, em busca do título - inédito aos portugueses e reconquistado pelos ingleses, campeões em 1966.

~ Cristiano Ronaldo cria seu maior diferencial à Messi ~
Como nos jogos de oitava e quartas, tudo foi se arrastando para os minutos finais de jogo. Danilo Pereira e Ruben Neves, amarelados, foram trocados por Gelson e Andre Gomes, por volta dos 75'. Exatos seis minutos antes do grande feito, do gol de Bruno Fernandes. Uma explosão no moderno Lisail Stadium, no Qatar. De chapa, sem chances para Pickford. Depois disso, mais nove minutos regulamentares e os acréscimos separaram Portugal da taça. A Copa do Mundo tinha um campeão. Portugal campeão do Mundo!

Uma brava campanha! Em 7 jogos, a consagração de um treinador brasileiro dezoito anos depois de Felipão. E a consagração mundial, seis depois do histórico título da Eurocopa em 2016. E, sem sombra de dúvidas, o apogeu de Cristiano Ronaldo com a camisa rubro-verde: erguendo a taça de campeão e celebrando a co-artilharia da Copa, ao lado de Harry Kane, com 6 gols. Muita história para ser contada em terras lusitanas. Portugal campeão do Mundo!

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