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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Who Dat? Literally, who dat, Sean?

Que nenhum anjo passe e resolva aprontar conosco, mas que orgulho do meu New Orleans Saints nessa temporada!

O atual 8-2, sendo 8 vitórias consecutivas, é uma gratíssima surpresa! Para os fãs, para os amantes da liga, imprensa. Mas tenho certeza que também para o elenco e toda a comissão técnica!

Assim, como explicar tamanha surpresa? Ou como conseguir mensurar no papel os efeitos de uma CT consistente e uma montagem de elenco equilibrada?

Comecemos pelo Head Coach Sean Payton e sua CT. Depois do Bounty System, revelado em 2012, eu realmente não acreditava que Sean daria a volta por cima. E as últimas temporadas, apesar do ataque aéreo arrasador (mérito muito de Brees, diga-se) o Saints não tinha equilíbrio suficiente para se tornar um time vencedor na NFL. Soma-se a isso, coordenadores de defesa que não fizeram bons trabalhos, criando o rótulo do time que faz 5TDs mas toma 6TDs. As últimas 3 temporadas em 7-9 também mostravam outro fator dominante: o Saints (quase) só vence quando atua no SuperDome. Entretanto, no seu décimo ano de contrato, e cercado de bons coordenadores e um elenco mais consistente, Sean conseguiu entregar o que New Orleans precisava: equilíbrio e variedade. Expliquemos.

A dúvida: a saída de Jimmy Graham fora extremamente traumática ao time e as fãs há alguns anos. Graham era o principal alvo de uma equipe que planejava voltar à glória. Depois disso, a transformação de Brandin Cooks tomou corpo e a conexão com Brees era incendiária. Entretanto, a sedução de servir à Brady e aos Patriots falou mais alto, causando uma grande dúvida no ataque dourado nesta temporada
.
O draft: a pick 11 trouxe Marshon Lattimore; a pick 67, na terceira rodada do draft, trouxe o seguinte nome: Alvin Kamara. Sem falar em Ryan Ramczyk, pick 31. Que acertos!

A correção do erro: a contratação de Adrian Peterson podia ter sido festejada pelo tamanho do atleta, um provável hall of fame. Porém, sua sombra podia tornar Mark Ingram, em notória ascensão na carreira, algo questionável. Sean Payton acertou em manter o #22 como titular e, eventualmente, dispensar o veterano RB. Espaço no elenco e paz no vestiário.


A defesa: o coordenador Dennis Allen mudou a vida do Saints. Depois de uma tempoarada de acertos na equipe, neste ano um bom draft (e o reflexo de bons drafts nos anos anteriores) fez com que tivéssemos uma DL agressiva e, sobretudo, uma segunda linha muito veloz e habilidosa (ah, Lattimore, seu lindo!). Uma defesa top 10 em defesa total, pontos cedidos (nono) e contra o passe (nono) – além de um número expressivo de sacks e interceptações – pouco mais da metade da temporada, superando o total nas três temporadas anteriores.

O ataque: terceiro em pontos, primeiro em jardas totais, segundo em passes e terceiro em corrida. Multidisciplinaridade - conjunto de disciplinas a serem trabalhadas simultaneamente, sem fazer aparecer as relações que possam existir entre elas, destinando-se a um sistema de um só nível e de objetivos únicos, sem nenhuma cooperação (fonte: educabrasil.com.br). O ataque dos Saints sempre foi conhecido, na Era Brees, pelo seu foco no jogo aéreo. Nada mais justo, pela capacidade e genialidade do #9, que assim fosse. Entretanto, uma OL de absoluto respeito e o nível de jogo que os RB e WR/TE do elenco permitem, criou um sistema de ameaças múltiplas, inviabilizando a estratégia das defesas adversárias. Kamara, por exemplo, é o ícone da imprevisibilidade do jogo ofensivo dourado e preto. O #41 é uma ameaça correndo e recebendo passes – é o segundo do time em jardas corridas e o terceiro em jardas recebidas (459 e 447, respectivamente). Ingram é top 3 dos RB da liga hoje, já com mais de 800 jardas e 8 TDs. Contra o Bills, no último dia 12, todos os 6 TDs foram corridos, algo único na história da franquia. Pelo alto, mesmo sem Cooks, Michael Thomas vem se impondo, com AVG de 11,6 jardas por recepção; e o contestado veterano Ted Ginn também sendo muito prolífico, com 16,3 – alvo maior das big plays. Brees, por último, segue sendo letal pelo alto (2783 jardas e 15 TDs, sendo 1 corrido contra os Bills); todavia, a sua humildade em apostar no jogo corrido como carro chefe (>50% das jogadas), mostra que não liderar as estatística da NFL nestes quesitos, como está acostumado não necessariamente é algo ruim. Ainda assim, é top 3 de pass rating e precisão nos passes feitos.

A tabela e o desafio: o Saints teve muita sorte na sua tabela após as duas derrotas de estreia. Enfrentou equipes relativamente fracas e outras com QBs principais lesionados (vide Packers sem Aaron Rodgers). De todo modo, e com todos os questionamentos, o time foi clutcher diante dos Redskins, na épica virada de ontem, e mostrou que não era apenas sorte – mas muita estrutura e competência.

Enfim, todos os fatores acima se somam e, se o anjo não aprontar e tudo seguir como está, conseguiremos matar a saudade de disputar os playoffs e sonhar com essa cena novamente...

Who Dat!
Sonhando alto com essa cena S2

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