Entre 23 de agosto e 31 de agosto de 2005, o furacão Katrina devastou a Luisiana, acumulando mortes, destruição e desabrigados, ficando até o estádio local (Superdome) como ponto de resgate, abrigo e lar dos mais desamparados, cerca de 30 mil contabilizados.
Já em 2021, entre o final do mês de agosto e início de setembro, o Furacão Ida atravessou o mesmo estado da Luisiana, deixando estragos e desabrigados.
Foram 16 anos separando tais eventos, eternamente marcados nos moradores de Luisiana, especialmente de uma das suas principais cidades - New Orleans.
Ironicamente, no mesmo intervalo de 16 anos, entre 2006 e 2021, o time de futebol americano da cidade, os Saints, tiveram o icônico Drew Brees vestindo a camisa 9 - liderando a liga em diversas estatísticas e construindo uma história jamais vista nos esportes locais.
Claro que tudo renasceu, nesse intervalo, com aquele punt bloqueado por Steve Gleason em 2006, no retorno do time ao seu lar - ali, nascera algo especial em New Orleans.
E, claro também, que a conquista do Superbowl, em 2009, celebrou o primeiro e único título da apaixonada franquia, após tudo que passaram.
Mas a realidade foi uma "entre furacões".
Brees veio e saiu, os ventos trouxeram e levaram algo da cidade além de caos e passes perfeitos.
Em 2021, sonhar com o SuperBowl LVI seria demais, até para o mais esperançoso torcedor do New Orleans Saints.
Por isso, a campanha nesta temporada, apesar de terminar fora de playoffs, já é motivo de muito orgulho à franquia e a sua torcida.
>>> Ida tirou o elenco de alguns mandos de campo e seu local de treinamento...
>>> Brees se aposentou...
>>> A engenharia financeira para entrar no cap space de salários manteve alguns nomes importantes no elenco, mas permitiu a saída de talentos incríveis, como Trey Hendrickson, Morstead, Jenkins e Sanders. Daqueles que ficaram, absolutamente todos reestruturaram seus contratos..
>>> Jameis Winston, escolhido como QB1, e que mantinha campanha 5-2 no ano, lesionou o joelho e se tornou desfalque por toda a temporada. Hill e Siemian (QB2 e QB3) se revezaram, com baixo nível de jogo, por nove partidas; por fim, Ian Book (calouro, QB4) jogou de titular contra os Dolphins, numa dura derrota...
>>> 22 atletas estiveram fora diante desses Dolphins, pelo protocolo de COVID-19...
>>> Michael Thomas, um dos principais e mais bem pagos recebedores da NFL, não jogou um snap com lesão grave no tornozelo. Assim também foi com Wil Lutz, kicker do time há 5 temporadas, lesionado...
Com tudo isso, a campanha foi positiva (9-8). Sean Payton e staff foram absolutamente incríveis na condução dessa temporada.
A defesa foi uma das mais dominantes e com energia da Liga. Jordan, Demarius, CJ Gardner, Lattimore e todos os outros foram os responsáveis pela campanha positiva - sob instruções do competente Denins Allen. Por outro lado, o ataque, um dos piores do ano, teve em Alvin Kamara sua única peça inquestionável.
Entre furacões, com todas vitórias, derrotas e muitas polêmicas (né, Sean Payton), New Orleans consolidou-se como uma franquia respeitada, que acumulou títulos de divisão e um SuperBowl. Antes do Katrina, os Saints não passavam de uma piada, saco de pancadas. Agora, depois do Ida, a missão é mostrar ao mundo do futebol americano do que New Orleans foi forjada.
Como não sonhar? Rumo ao SuperBowl LVII. Who Dat!?
Nenhum comentário:
Postar um comentário