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quarta-feira, 20 de julho de 2022

Atlanta United FC - Season One | 2025

Se os tempos na área técnica brasileira estavam encerrados, a carreira aguardava mais algumas surpresas para Castro. Ainda buscando um último desafio antes da aposentadoria desta aventura, o destino foi a MSL, mais especificamente o Atlanta United.

Fundado em 2014, pelo mesmo dono do Atlanta Falcons - da NFL, e estreante na MLS em 2017, o jovem time representa uma cidade que respira esporte em todas as grandes ligas.

Nascido como um furacão, o Atlanta em poucos anos acumulou títulos e grandes nomes em seu banco de reserva - como o carismático Tata Martino, que chegou após dirigir Barcelona e a seleção argentina.

Castro foi nome unânime na busca por recolocar o Atlanta no rumo dos títulos - após MLS de 2018 (sob comando de Martino) e US Open de 2019.

Na temporada anterior à chegada de Castro, o Atlanta foi o primeiro colocado da classificatória, com melhor ataque e melhor defesa - mas caiu nas semifinais e viu o New York City se sagrar campeão. Agora, além da campanha irrepreensível, a busca era por se sobressair no mata-mata - algo que Castro, vindo de um tricampeonato de Libertadores, é especialista.

Entretanto, as coisas não saíram do papel como esperado, logo no início: a temporada oficial começou com um jogo da US Open e, eliminatório, o Atlanta não resistiu ao time do Los Angeles FC - logo, a frustração se viu repetida.

O elenco, então já enfraquecido das últimas temporadas, foi tomando o ajuste de Castro, mesmo com todas as limitações possíveis e com o carro já andando... como tão comum na MLS, foi se forjando um time mix de jovens talentos locais e veteranos vindo da Europa, já em fim de carreira. 

O início no sistema 3-4-3 foi instável; altos e baixos e muita falta de confiança para dominar os jogos no Mercedes Benz Stadium. As vitórias fora de casa, sem responsabilidade do mando, eram mais fáceis e, em casa, sempre sofrido - fora todas as derrotas e empates extremamente frustrantes.

Mas quando da mudança para o 4-4-2, o jogo virou completamente. E junto com a janela de verão, os nomes que faltavam para ajustar - principalmente - o "onze titular".

Por exemplo, na zaga, Robinson foi sempre titular e revezava dupla com Boateng e Vertonghen (lentos e irregulares). Na janela, chegou Zimmerman, zagueiro de seleção norte-americana, que se tornou um pilar na linha titular - apesar do erro na final, que falaremos adiante.

Nas laterais, se antes tínhamos Cedric Soares e Slonina (base), os nomes se tornaram Yedlin e Wagner. O primeiro, veterano jogador dos EUA, errou muito no início, mas foi crucial para os jogos finais, mais decisivos; já Wagner assumiu a posição e deixou de jogar apenas duas partidas desde sua chegada, poupado por condições físicas.

No meio pra frente, nomes iguais, apenas formação diferente. Com Josef Martinez mais agudo do que nunca, Moreno, Lacazette, Barco e Almiron criavam as principais oportunidades, deslocando-se pelo campo; destaque também para Joelinton, o 12º jogador do time durante toda a MLS.

Time titular: Turner; Yedlin, Robinson, Zimmerman e Wagner; Sosa, Moreno, Almirón (Joelinton), Barco e Lacazette; Martinez.

Elenco: Sirigu (goleiro); Cedric, Hateboer e Slonina (laterais); Boateng, Sokaratis, Verthoghen, Campbell, Long (zagueiros); Adams, Acosta, Chamberlain, Nainggolan, Tadic, Alvarez e Morris (meio-campistas); Pepi, Cowell, Ekitike e Eric Lopez (atacantes).

Enfim, na competição, entre percausos, foi consolidada a liderança. O Atlanta se classificou novamente em primeiro lugar geral, com 72 pontos (22/6/6), melhor ataque (72 gols) porém defesa muito vazada (41 gols). Campanha superior em pontos (+3) e gols (+19) ao ano anterior, antes de Castro. Entretanto, a defesa tinha saldo -13 gols de um ano para outro, evidenciando a grande preocupação no acerto do sistema defensivo para as finais - e justificando a aquisição de 3 dos 4 defensores titulares na janela emergencial.

Relembrando, após a primeira fase, a MLS se torna absolutamente eliminatória, com jogos únicos na sede do clube de melhor campanha. 

Após o wildcard, semana de descanso para os líderes da divisão, chegou a semifinal de conferência, diante do New York City, atual campeão. No Mercedes Benz, jogo duro até os 20', quando o Atlanta finalmente chegou ao ataque levando perigo; em escanteio, aos 25', Barco aproveitou sobra e empurrou para dentro. A pressão novaiorquina se dissipou, tanto que o jogo foi para o intervalo em inacreditáveis 3x0. A segunda etapa, tão somente de administração, permitiu o descanso visando à final de conferência.

E diante do DC United, um jogo pragmático. Lacazette abriu o placar logo cedo e assim o jogo foi até o final. Sem grandes oportunidades de lado a lado, o Atlanta bem tentou matar o jogo, mas foi ineficiente. O DC, por sua vez, pouco perigo levou à meta de Matt Turner.

A grande final da MLS estava definida, entre Atlanta e Dallas, na Georgia. Assim como no jogo anterior, não demorou para o placar abrir, com Moreno fazendo o primeiro gol. Todavia, o Dallas era mais perigoso que o DC e ficou em cima o tempo todo. Aos 81', Castro tinha entendido que as coisas estavam definidas - porém errou: deixando apenas Lacazette entre os atacantes titulares e fazendo três alterações, no mesmo minuto, o doloroso empate em falha grave de Zimmerman. A prorrogação foi muito tensa, haja visto que as mudanças foram defensivas e apenas Joelinton puxava a linha da frente. Assim, o Dallas cresceu e por duas vezes, quase assumiu a liderança. Passados alguns minutos do segundo tempo da prorrogação, porém, o time do Texas assumiu uma postura conservadora, satisfeita com as futuras penalidades; e nesse sentido, Castro avançou as linhas para uma última pressão alta - e assim, Laca roubou a bola no campo ofensivo, soltou para Joelinton, que viu Moreno entrando em profundidade. E, no maior esforço, aos 119' de jogo, faltando apenas um minuto para os pênaltis, o argentino cria do Lanús, fez o gol, a libertação, o título. O Atlanta se tornava, a poucos segundos do final do jogo, o grande campeão da MLS. Taça erguida por Alexadre Lacazette, o dono do vestiário.

Nesta inacreditável campanha, Martinez foi o artilheiro, com 21 tentos, repetindo a façanha de 2018 (quando marcou trinta e uma vezes), durante a caminhada ao primeiro título da franquia. Barco com 13 assistências e Turner com 13 clean sheets também venceram suas categorias e merecem atenção.

Depois de sete anos da primeira conquista, o Atlanta retornava aos holofotes - com muitos novos nomes e o mesmo herói venezuelano no comando de ataque.

A contratação de Castro foi o grande acerto do clube e, por mútua vontade, a grande notícia: o brasileiro renovara seu contrato por mais um ano, para consolidar a trajetória e agora escrever um capítulo à parte: Cristiano Ronaldo.

Aguardem.

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