Como favorito ao bicampeonato, Castro foi ao mercado para fortalecer ainda mais o elenco. Trouxe peças jovens, sempre locais, como um plano de fortalecimento da seleção nacional; e trouxe grandes veteranos, no movimento clássico da MLS, como Thomas Muller, campeão mundial com a seleção alemã e protagonista do fatídico 7x1.
Entretanto, trouxe sobretudo Cristiano Ronaldo. O português, com 40 para 41 anos, ainda tinha gás para uma última temporada em alto nível - anunciando já sua aposentadoria para o final das competições.
Mesmo que num início de ajuste de peças, nitidamente a primeira perna da competição jogava luz ao melhor time - porém a turbulência ainda não havia começado.
A metade do campeonato foi massacrante para o time da Georgia e escancarou não só um péssimo calendário, mas também um planejamento ruim (vamos admitir...) de Castro, no final das contas.
A janela de verão foi tão escassa, que antes de fechar em agosto, Castro precisou trazer Caden Clark novamente, arcando com a multa do seu empréstimo.
Com todas as limitações, o time seguiu vencendo, mesmo sem convencer. Em jornadas pouco inspiradas, cada vitória dependia do brilho de Barco, ou de CR7 e daí adiante.
E assim o Atlanta venceu, para início de conversas, a US Open - avançou nos pênaltis nas quartas, em jogo chorado nas semis, até bater o LAFC, seu grande rival pelos títulos, na final - 1x0.
Já na MLS, o início forte deu conforto para um segundo turno abaixo da média. Entretanto, em números de gols, o time evoluiu na comparação com os adversários: na campanha geral dos 34 jogos, 76 gols feitos (melhor do campeonato, +4 em relação a 2025) e 28 sofridos (melhor do campeonato, -13 em relação a 2025). Foram 22 vitórias, 4 empates e 8 derrotas, somando 70 pontos (-2 em relação a 2025, com campanha 22/6/6).
Com a liderança incontestável (mesmo com campanha inferior em relação a 2025), o time chegou com duas semanas de folga para encarar o Columbus, vencedor do wildcard: placar final de 2x1, com gols de Barco e Cristiano Ronaldo.
Na final de conferência, um jogo tranquilo e vitória por 3x0 e hat-trick do português.
A grande final não poderia ser diferente, contra o LAFC. Jogo muito difícil, com os angelinos saindo na frente no placar; ainda na primeira etapa, a dobradinha Barco-Ronaldo funcionou, e o gajo empurrou de cabeça para o fundo das redes, precisamente aos 36' de jogo. A partida se arrastou e novamente a final da MLS seria decidida na prorrogação - e novamente foi num desarme importante que tudo começou: Wagner errara a cobertura, mas conseguira a recuperação, num bote preciso; no desarme, a bola automaticamente sobrou para Martinez, que avançou poucos passos até ver Cristiano fechando no facão, saindo da linha de meio-campo e evitando o impedimento - e ele, decisivo, marcou seu vigésimo nono gol na liga, mas este especial, que representava o bicampeonato seguido e, individualmente, o último gol da sua brilhante carreira. Campeões novamente!
Não foi o título mais bonito, mas foi merecido!
A formação foi próxima a do primeiro título: taticamente igual, em peças com a adição de Ronaldo.
Time titular: Turner; Yedlin, Robinson, Zimmerman e Wagner; Sosa, Moreno, Almirón (Lacazette) e Barco; Cristiano Ronaldo e Martinez (Joelinton).
Elenco: Sirigu e Slonina (goleiros); Hateboer e Bello (laterais); Vertonghen, Richard e Long (zagueiros); Acosta, Roldan, Yueill, Rogerson [base], Chamberlain, Nainggolan, Tadic, Alvarez, Clark e Morris (meio-campistas); Uriel Antuna, Thomas Muller e Pepi (atacantes).
O grande artilheiro do ano foi Cristiano Ronaldo, com 29 gols na MLS (e 38 no total das competições); os melhores assistentes foram Barco/Josef, com 12 passes para gols.
Individualmente, apesar das estrelas citadas no parágrafo anterior, o grande jogador do ano foi Kai Wagner - o lateral esquerdo, de tímidas aparições ofensivas, participou de gols decisivos nos playoffs, além de ter sido considerado o melhor defensor da liga, com desarmes e ações muito precisas e decisivas.
O DNA já se tornara de campeão, e o Atlanta não era mais um projeto de apenas uma temporada - era sim uma potência no país, que vencia e que atraia os melhores jogadores do mundo.
Castro adicionava mais uma grande história à sua carreira, que agora contempla: 4 títulos brasileiros, 2 títulos norte-americanos, 3 títulos de libertadores, 1 título de recopa e 1 título de copa nacional.
E, agora, não havia mais previsão dos próximos passos para Castro e seu rol de títulos - o intuito agora seria apenas descansar e acompanhar seu legado da poltrona de casa.
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