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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Moreirense: o simples e sonhado 5° lugar

A primeira vez de Castro em terras portuguesas foi um desafio: assumir o modesto Moreirense, da cidade de Guimarães, e levá-lo aos maiores do país. Historicamente, a nação é comandada por Benfica, Porto e Sporting, e a fase atual mantém os poderosos lá em cima.

O time vinha de oitavo e sexto lugar nas últimas temporadas, esbarrando no acesso aos poderosos e mesmo às competições europeias.

As metas eram claras: para sua primeira e única temporada, chegar entre 4ª e 5ª colocação, obtendo classificação à Europa League; e bater quartas-de-final na Taça da Liga. 

Objetivos modestos, mas realistas e desafiadores o bastante para um país desigual futebolisticamente.

Como limitações, além do orçamento, algumas imposições: se chegar proposta da Premier League para alguém, Castro deveria aceitar - seja quem for - desde que no preço de mercado do atleta; propostas de times médios / grandes das principais ligas, idem; propostas dos três grandes de Portugal: venda.

Assim, a temporada de 2020/2021 se iniciou. Com pouca verba, Castro utilizou a base do time da temporada anterior e foi à busca de jovens, alguns da seleção de base de Portugal e outros prospectados na América do Sul. A pré-temporada ajudou a formar um time sólido, mesmo que frágil ainda em todos os setores - ataque com lapsos de criação, defesas cedendo sempre muitos espaços - porém muita disposição. 

Chegaram nomes como Diogo Costa (goleiro titular da seleção portuguesa na Copa do Mundo de 2022), Caicedo (destaque do Equador na Copa de 2022) e Gonçalo Ramos (autor de um hat-trick, contra a Suiça, na Copa de 2022).

Nas 34 partidas da Liga NOS, os 54 pontos conquistados pelo jovem elenco garantiram o 5° lugar almejado, sendo 17 vitórias, 3 empates e 14 derrotas. Foram 64 gols marcados (segundo melhor do campeonato) e 46 sofridos (pior defesa entre os seis primeiros colocados). 

Já na Taça da Liga, uma eliminação precoce, na primeira rodada, ficando aquém do objetivo de avançar às quartas-de-final. Taça, essa vencida em 2016/2017, maior título da história do clube.

Individualmente, um ano de destaques! Rafael Martins marcou 22 gols e foi o artilheiro da Liga Portuguesa, atuando em todas as partidas; Yan, jovem brasileiro, sagrou-se principal garçom, com incríveis 17 assistências.

O time-base de 2020/2021 foi: Diogo Costa, D'Alberto, Ferraresi, Rosic e Conté; Caicedo, Soares, Pires, Yan e Walterson; Rafael Martins. O restante do elenco: Pasinato (GOL), Quaresma, Ba e Diogo Leite (ZAG), Silva, Amador e Figueiredo (LAT), Camará, Conceição, Fábio Vieira, Franco e Galego (MEI), Luis Rodrigues, Enciso, Lacerda, Gonçalo Ramos e André Luis (ATA). Ainda, deixaram o elenco no meio da temporada: Mané, Fábio Pacheco e Pedro Nuno - todos dentro das obrigações de liberação para clubes "maiores".

O destaque do ano ficou para Walterson: jogando todas as 40 partidas da temporada, foram 16 gols e 13 assistências. Dentro de campo, o mineiro revelado no São Bernardo FC foi a peça de maior referência no momento ofensivo, como responsável por gols em importantes vitórias. 

O degrau para o ano seguinte é alto - o terceiro colocado da Liga tinha feito 78 pontos (+24) enquanto o campeão Benfica, 91 pontos (37+).

Numa carreira meteórica, Castro deixa um time ciente de sua limitação de ascender para a próxima prateleira, mas talvez já possivelmente consolidado como uma real força emergente no país - e mais: habilitado a jogar uma competição europeia, a UEFA Europa League, pela primeira vez na história!

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